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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Cuidar dum Bicho de Estimação

Com freqüência, os bichos de estimação são adquiridos de modo súbito, talvez mediante os esforços dum dono dum bichinho em passar adiante sua prole indesejável. Mas, à medida que cresce aquela bolinha fofa de vida, também crescem as responsabilidades. A Bíblia, em Provérbios 12:10, comenta: “O justo importa-se com a alma do seu animal doméstico.” Às vezes, não é tarefa pequena.

Os gastos com bichos de estimação incluem o custo dos alimentos e de tratamentos veterinários. Estes podem incluir a eliminação de vermes e vacinas, bem como serviços especiais em caso de doença e acidentes.

O tempo está envolvido, também. Enfeitar, dar banho, alimentar, treinar, exercitar e cuidar, mostrar afeição e dar disciplina a tais bichos, tudo leva tempo. Naturalmente, a quantidade de tempo varia conforme o bicho e as pessoas.

Daí, existe a responsabilidade que se tem para com o bicho e para com os outros. Por exemplo, os cães desejam o companheirismo humano, e é preciso gastar tempo com eles. Também precisam dum abrigo adequado ao seu tamanho. Certa autoridade lamentou “o número de pessoas que moram em casas com pequenos terraços que possuem afegães ou grandes dinamarqueses”. Caso as grades não sejam bem conservadas, os cães podem fugir, causando a destruição de propriedades alheias, sujando a rua e tornando-se um perigo para o trânsito. Às vezes, bichos barulhentos podem incomodar os vizinhos. Bichos exóticos podem ser excitantes por algum tempo, mas amiúde não são apropriados para se ter em casa. Tanto o animal como seu dono podem sofrer.

Na moderna vida citadina, os donos de bichos de estimação podem ter grandes problemas em encontrar um local adequado para eles. Também, quando a pessoa viaja, cuidar de seu bicho de estimação pode ser difícil ou custoso.

Cães e gatos vadios, não raro de famílias que não cuidam de seus bichos, constituem grandes problemas em muitas cidades. Na Austrália (com 14 milhões de habitantes), cerca de 50.000 cães vadios ou indesejáveis, e muitos mais gatos, são mortos cada ano. Por isso, muitos donos de gatos e cachorros mandam esterilizar seus bichos de estimação, caso não tencionem que se reproduzam. Isto também desestimula os animais, especialmente os machos, de fugir.

Por Que as Pessoas Possuem Bichinhos

A Encyclopaedia Britannica tece o comentário: “Ter bichinhos de estimação satisfaz a uma profunda necessidade humana universal, e os bichinhos de estimação são encontrados em todo nível cultural.”

Numa recente enquête na Austrália, indagou-se às pessoas por que possuíam um bichinho de estimação. A razão destacada que forneceram era de que queriam companhia. No caso dos cães, por que queriam proteção, e, em alguns casos, também foi mencionado serviços úteis. Alguns tinham bichinhos com finalidades de procriação. Outros consideravam seus bichinhos como ajuda para descontração.

Muitos pais acham que ter um bichinho de estimação pode ser uma vantagem para seus filhos. Pode fornecer prazer e companhia e prover-lhes conhecimento de primeira mão sobre a vida animal. Ao presenciarem o acasalamento, a gravidez e o parto, e o cuidado da prole, pode ajudar os jovens a entender o milagre da procriação. Por outro lado, deparar com a doença e até com a morte dum bichinho de estimação pode preparar uma criança para as duras realidades da vida atual.

Os bichinhos fornecem a oportunidade de inculcar nos filhos que deles depende outra vida. Com muita freqüência, os pais compram bichinhos para jovens ansiosos de possuí-los, apenas para verificar que, passada a novidade, são eles próprios que têm de cuidar do bichinho. Mas a mãe cuja experiência foi relatada no início deste artigo lembra-se sobre a sua filha: “Quando ela tinha bichos-da-seda, ela tinha regularmente de descer a rua à cata de folhas de amoreira. Lavar, pentear e dar comida ao cachorro era também responsabilidade dela, embora costumássemos ajudá-la às vezes. Ensinamo-lhe a jamais ser cruel com os animais e a elogiar e recompensar o cão quando ele fosse bonzinho. Quando ela fazia isso, ele costumava levantar os seus olhinhos expressivos, e seu rabinho grosso fazia virtualmente que todo o cão se sacudisse!”

Crianças que são deficientes mentais e físicos acham-se entre os que se beneficiam do contato com bichinhos. Isso pode ajudar as crianças a descontrair-se e ajustar-se melhor ao seu ambiente.

É comum achar donos de bichinhos entre os casais de todas as idades que não têm filhos em casa. O desafio envolvido, junto com o jeitinho brincalhão e a afeição dum bicho de estimação, às vezes atuam como substituto de se ter crianças por perto. Muitas pessoas solitárias e idosas derivam grande prazer e benefícios do companheirismo, da afeição, da lealdade e, por vezes, da proteção de seus bichos de estimação.

Uma triste realidade no colapso das relações humanas é que, às vezes, as pessoas mais idosas que vivem sozinhas podem ficar obsessivamente ligadas aos bichos de estimação. Relatou certo assistente social: “Certo cavalheiro idoso precisava de cuidados médicos devido a seu dedo infetado do pé. Ele adiou a busca de tais cuidados durante meses, porque isso poderia significar ficar sem seu cão. . . . Tal senhor perdeu a perna devido à gangrena, mas se sentia feliz conquanto pudesse ver seu cão.” Sabe-se de gente idosa que morreu logo depois de perder um bichinho amado.

Mas, excluindo-se os excessos em que os bichos de estimação são copiosamente acariciados e tratados como se fossem humanos, os bichos de estimação, em seu devido lugar, podem constituir uma parte feliz e útil da vida de muitas famílias e indivíduos.

Os bichinhos de estimação e seus donos

Do correspondente de “Despertai!” na Austrália

“AINDA posso lembrar-me disso como se fosse ontem, embora já se tenham passado muitos anos. Ouvia-se um gritinho de deleite e então minha menininha aparecia e declarava, orgulhosa: ‘Mamãe, nasceu outra gatinha.’ Daí, ela sumia de novo para esperar nascer a gatinha seguinte.

“A vida animal a fascinava. Certo dia, ela trouxe uma criaturinha de uns 2,5 centímetros, aninhada em sua mão fechada em forma de concha. ‘Veja só Mamãe, peguei uma gatinha realmente pequena.’

“‘Não, querida, isso é uma lagarta’, expliquei-lhe.

“‘Não é’, foi sua resposta enfática, ‘é cheia de pêlos. É uma gatinha pequenininha!’”

“Em certo estágio, tínhamos tanto um gato como um cachorro da raça cocker spaniel. Ainda rio quando me lembro de como brincavam juntos. O gato às vezes colocava suas patas em volta do pescoço do cão e lambia a face dele. O cão simplesmente fechava os olhos e ficava ali parado, extasiado.”

A experiência desta mãe comprova que os bichinhos de estimação são certamente populares. Duas de cada três famílias na Austrália possuem pelo menos um. Os cães são os mais comuns, seguidos por gatos, pássaros e peixes. Também, mantêm-se cavalos e pôneis, cangurus-ratos (pequenos cangurus), coelhos, cobaias, camundongos, tartarugas, lagartixas e caracóis, para não se mencionar os bichinhos de estimação mais exóticos, tais como pavões, cobras e morcegos.

Talvez possua um bichinho de estimação. Ou talvez esteja pensando em obter um para si, para seus filhos ou para outrem. Mesmo que a pessoa apenas more perto ou conheça pessoas que têm tais bichinhos, considerar o relacionamento entre as pessoas e os bichinhos de estimação poderá ser útil.

sábado, 28 de agosto de 2010

Necessária a Razoabilidade

Mesmo as pessoas que apreciam muitíssimo os animais, em geral compreendem que é preciso ser razoável em relação a eles. Se tiver um bichinho de estimação, ou for obter um, não deve desperceber alguns fatores importantes com relação a apreciar os animais, em especial os animaizinhos.
O custo por certo é um fator. Em linguagem simples, um bichinho custa dinheiro. Naturalmente, também assistir a uma partida de futebol, ir ao teatro ou ter um passatempo, tal como pintar a óleo, também custa. O conceito razoável, então, é medir o prazer obtido com o custo. Disse a revista Time:
“Os estadunidenses gastaram US$ 2,5 bilhões (Cr$ 25 bilhões) num ano com comidas para animais, comercialmente preparadas, apenas para alimentar seus bichinhos — mais de seis vezes o que gastam com alimentos para bebês, e mais do que o suficiente para nutrir o terço da população do mundo que tem fome. . .. Para cada dólar gasto com comida para animais, os estadunidenses despendem pelo menos a mesma quantia com produtos e serviços para os animais.”
Muitos que obtêm um animalzinho não prevêem grandes despesas. Os custos, porém, sempre acham um jeito de aumentar. Talvez comidas especiais pareçam aconselháveis. O bichinho fica doente e exige tratamento. Licenças, ‘casinhas’, coleiras e coisas assim talvez sejam necessárias.
Quando seu marido morreu, a Sra. E. comprou um terrier Sealyham. Ficou muito apegada a ele. No fim do ano, contudo, calculou quanto lhe custara seu bichinho de estimação. Ela gradualmente viera a alimentá-lo com carne e comidas especiais — a US$ 547,50 num ano. Vacinas e remédios — US$ 50 “cuidados com pêlo e acessórios (aerossóis, coleiras, brinquedos e assim por diante) — US$ 29l, cuidados em canis quando viajava — US$ 126. Depois de fornecer tal exemplo, concluía certo livro sobre bichinhos:
“Quando a Sra. E. descobriu que tinha gasto num só ano, [US$ 1,014.50] com seu cachorro soma equivalente à renda anual dum trabalhador mirante na Califórnia, decidiu que havia algo de basicamente errado em tratar os animais, não importava quanto se gostasse deles, melhor do que as pessoas.”
Essa foi a sua conclusão. Outrem poderia concluir que os benefícios de ter um bichinho de estimação valem a pena. De qualquer forma, a pessoa deve pesar as despesas e usar de razoabilidade para decidir o que é melhor para ela. As prioridades diferem, bem como as circunstâncias. Certo africano disse:
“No clima econômico geral da África subdesenvolvida, é muito difícil que as pessoas entendam como os membros mais bem pagos da comunidade possam gastar tanto, se não mais, dinheiro para alimentar cães, gatos e cavalos, do que a pessoa mediana gasta para alimentar toda a sua família.”
Assim, em muitas partes da África, deixa-se que os cães andem à cata de comida. Destarte, até mesmo muitos cães que são usados para proteger a casa, são “tão dolorosamente magros que se pode contar suas costelas”.
Talvez ache que não gostaria que seu bichinho ficasse nessa condição. Daí, está preparado para agüentar o custo de mantê-lo bem alimentado e saudável? Cada vez mais pessoas que têm animaizinhos verificam que não conseguem cuidar deles devidamente. Assim, sociedades humanitárias recebem, para extermínio, muitos bichinhos magrelas. Outros os joguem nas ruas ou os abandonam num campo, muito embora não consigam sobreviver ali. Este, por certo, não é o meio de “apreciar” um animal.
A pessoa que tem um conceito razoável do apreço pelos animais também reconhece os perigos em potencial, assim como considera quaisquer perigos que possam estar incluídos num esporte ou em outra diversão. Por certo, ser mordido é provável perigo quanto a um bichinho. O Star de Toronto disse: “Dr. Bruce Feldman [especialista de animais] indica que, nos E. U. A., cerca de uma pessoa em cada 170 é mordida por cães, anualmente, ‘e pelo menos igual número de mordidas não é comunicado’. Aplicando tais estatísticas ao Canadá, é possível que até 100.000 canadenses tenham sofrido mordidas de animais” em 1974.
Mas, não são apenas os cães que apresentam tal perigo. O Dr. Harvey Rhein, anterior presidente duma associação veterinária, disse:
“A meu ver, nenhum animal selvagem serve como aceitável bichinho de estimação. Os macacos se aproximam demais ao homem; podem tanto pegar como transmitir doenças humanas. Oponho-me também a guaxinins, cangambás e esquilos. Apesar das afirmações de alguns, de que domesticaram tais animais, de que são adoráveis bichinhos de estimação, ainda permanece a questão de a raiva ser um vírus latente. Todos esses animais são mordedores, podem morder — terrivelmente.”
Além das mordidas, alguns médicos avisam-nos sobre doenças transmitidas por bichinhos. Certo artigo de jornal, intitulado “Desafiam aos Médicos Novas Doenças Transmitidas por Bichos”, alistava as doenças contraídas de tartarugas, hamsteres, gatos e cães. Várias destas doenças, que vão de gravidade em potencial de sintomas como de resfriados a infecções fatais, são espalhadas pela urina e pelas fezes dos animais. Comentava a revista Time:
“Cada dia, em toda a nação, os cães depositam calculadamente 4 milhões de toneladas de fezes e 42 milhões de quartas (quase um litro) de urina nas ruas e parques da cidade. . . . Mais de 100 infecções humanas, da difteria à tuberculose, podem ser contraídas de animais e transmitidas a seus donos. A evacuação dos cães é também rica em toxocara ( nematelmíntios ), que pode provocar a cegueira em crianças.”
Significa isso que deve temer ficar perto dos animais? Não, assim, como o perigo de ataque da parte de algum humano ou de se contrair uma doença de tal fonte não nos leva a evitar toda a companhia humana. Mas, estes fatores quanto aos animais de estimação devem ser considerados por uma pessoa ao determinar de que modos e até que ponto ele ou ela apreciará os animais.

Valor dos Animais

É muito natural que a maioria dos humanos ache os animais agradáveis e importantes, pois Deus os colocou na terra como parte valiosa de nossa ecologia terrestre. Sabia que o homem se beneficiaria tanto de os animais “selváticos” como de os “domésticos” partilharem o nosso globo. (Gên. 1:24) Por exemplo, qual de nós não se beneficiou das roupas confortáveis e duráveis feitas de lã? E não poderia isso ter-se dado até mesmo com a família de Adão, visto que seu filho Abel era “pastor de ovelhas”? — Gên. 4:2.
Os animais, porém, especialmente os de estimação, não raro são valiosos de outros modos. Podem proteger a propriedade ou a vida duma pessoa. Imagine só quantas pessoas foram protegidas de assaltos ou agressões por andarem com um cão leal que ladra e defende seu dono! Uma senhora, numa parte bonita de Brooklyn, disse, com um sorriso compreensivo que, embora muitas casas vizinhas tivessem sido roubadas, a dela não fora. Sua família possuía grande dinamarquês de 45 quilos, cujo “rosnado” faria com que qualquer pretenso ladrão pensasse duas vezes — ou talvez três ou quatro vezes, antes de agir! Ainda assim, esse dinamarquês, branco e com manchas pretas, é tão manso e carinhoso para com a família e seus amigos que eles realmente gostam dele.
Se ‘for pai, talvez tenha um animal em casa porque acha que um bichinho pode ser parte importante da vida duma criança. Neste respeito, afirma a Encyclopædia Britânica:
“Ter bichinhos de estimação oferece a oportunidade de ensinar aos filhos a íntima dependência entre o privilégio e a responsabilidade, e também algo sobre o sexo; o processo de acasalamento logo é observado, seguido por assuntos tais como período de gestação e os problemas variados que estão envolvidos no nascimento e cuidado dos filhotes.”
Se decidir ter um bichinho para o bem de seus filhos, para que eles se beneficiem cabalmente é necessário que sejam treinados quanto à responsabilidade envolvida. Mostraria profundo interesse nos seus filhos ou num bichinho de estimação se permitisse que fosse negligenciado, uma vez que desvanecesse o entusiasmo inicial por ele, ou uma vez que não fosse mais “acariciável”? Se ensinar seus filhos a participar em limpar, alimentar, exercitar e disciplinar o animalzinho, não o fazendo você mesmo, estará ajudando-os. E todos apreciarão mais o bichinho.
Cuidar dum bichinho, bem como tê-lo por companhia, tem ajudado a muitas crianças retardadas e a jovens com problemas emocionais. Um motivo é que talvez reajam quando se conscientizarem de que uma parte da criação viva de Deus depende deles. Também, um animalzinho talvez os ajude a relacionar-se com o “mundo exterior”. Um funcionário duma instituição de psicologia em Londres falou dum rapaz perturbado que tinha problemas de comunicação e medo obsessivo da sujeira. A medida que o garoto se interessou em Daisy, uma cadelinha, ele começou a se comunicar melhor, falando com seus pais sobre a cadelinha. Quando Daisy teve cinco cachorrinhos, e ele pôde ajudar a cuidar deles, ele superou sua obsessão quanto à limpeza.
Mas, naturalmente, a pessoa não tem de ter problemas emocionais para apreciar a companhia dum bichinho. Já se sentou tranqüilamente numa poltrona, acariciando ternamente um gato que ronronava? Já ouviu o canto melódico dum canário de estimação, ou foi bem recebido de volta ao lar pelos latidos felizes de seu. cão? Nesse caso sabe que os animais nos podem dar muito prazer.

Bichinhos em Abundância

A menos que more numa fazenda, sua satisfação com os animais talvez se limite principalmente a cães, gatos, pequenos, pássaros ou peixes. Todavia, há pessoas que têm tartarugas, hamsteres ou certos insetos como bichinhos de estimação, tais como moscas ou baratas. Realmente, a lista de bichinhos de estimação é ampla. As crianças japonesas não raro domesticam camundongos. Alguns australianos têm cangurus como bichinhos de estimação. Daí, o que dizer de mangustos, rãs, macacos e lontras? E, incrível como pareça, cerca de 10.000 estadunidenses possuem grandes felinos, tais como leões e leopardos, como bichinhos de estimação!
Certo livro informava recentemente que havia oito milhões de cães e gatos na Alemanha Ocidental, e cerca de 16,5 milhões em França. O Times de Londres (9 de set. de 1967) disse que, em um só ano, os ingleses gastaram 95.555.304 libras em comida para mais de 5 milhões de cães, 4,5 milhões de gatos e 3,5 milhões de aves, peixes e outros bichinhos. Quanto aos Estados Unidos, a revista Time declarou:
“Atualmente os E. U. A. atravessam o que só pode ser descrito como explosão animalthusiana. . . . Os cerca de 100 milhões de cães e gatos nos E. U. A. se reproduzem à taxa de 3.000 por hora versus] os 415 bebês humanos que nascem a cada 60 minutos. Calculadamente 60% das 70 milhões de famílias estadunidenses possuem bichinhos de estimação.”
Se o leitor, também, aprecia os animais — quer tenha quer não um animal de estimação — talvez já tenha pensado nos vários benefícios dos animais.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Treine o cão

Sempre elogie seu cão e seja positivo. Punições e palavras ásperas não acelerarão o aprendizado, mas terão o efeito contrário. É bom que o cão aprenda a vir quando é chamado e a obedecer comandos básicos como “sente!” O animal aprende a ser submisso diante do dono, o que facilita controlá-lo numa situação difícil. É melhor usar sempre as mesmas palavras e frases simples. Quando o cachorro faz a tarefa desejada, recompense-o imediatamente com um elogio, um afago ou um petisco. Para que a recompensa tenha o efeito desejado, é preciso que seja dada imediatamente depois da ação. Outro elemento importante é a repetição até que o comportamento se tenha fixado firmemente.

Se adquirir um cão, um filhote ou um animal mais velho, talvez seja preciso ajudá-lo a se acostumar com crianças. As crianças agem de modo diferente dos adultos. São mais barulhentas e mais impulsivas, e podem correr até o cachorro, assustando-o. É bom acostumar seu animal de estimação a esse comportamento imprevisível. Quando as crianças não estiverem por perto, acostume-o com barulhos súbitos. Transforme o treinamento em brincadeira. Grite uma ordem e corra na direção dele. Daí, recompense o cão imediatamente. Grite cada vez mais alto. Brinque com o animal. Logo ele estará gostando dessa brincadeira.

Crianças pequenas gostam de abraçar cachorros, mas devem ser ensinadas a não fazer isso, visto que alguns cães se sentem ameaçados com esse contato achegado. Caso seus filhos gostem de abraçar seu cão, treine-o para aceitar isso. Abrace-o por períodos curtos, e depois dê-lhe um petisco e um elogio. Gradativamente aumente a duração do abraço. Se o animal rosnar ou arreganhar os dentes, procure a ajuda dum treinador habilitado.

Treine a criança

Muitos treinadores de cachorros ressaltam que não se deve deixar juntos crianças pequenas e cães, sem a supervisão de um adulto. Crianças pequenas não sabem tratar os animais. Têm de ser ensinadas. Assim, muitas pessoas seguem a regra de que, se um adulto responsável não pode estar por perto, deve-se manter cães e crianças em lugares separados. O treinador Brian Kilcommons observa o seguinte no livro Childproofing Your Dog: “Os relatos que temos ouvido indicam que a maioria dos problemas ocorre quando os adultos estão prestando atenção a outra coisa.”

Com freqüência, os animais precisam ser protegidos das crianças. Kilcommons foi chamado quando o cachorro de certa família ameaçou morder uma criança. O pai, confuso, explicou que seu filho de dois anos e meio correu até o cachorro, que estava dormindo, e deu-lhe um pontapé forte. O cão, obviamente sentindo dor, reagiu ameaçando atacar a criança. Felizmente, o cão se controlou e não mordeu a criança. O treinador aconselha os pais: “Não permitam que seu filho faça a um cachorro aquilo que não permitiriam que ele fizesse a outra criança.”

Ensine seu filho a tratar os animais de forma bondosa. Ensine-o a nunca implicar com um cão. Os pais precisam estar alertas para detectar quaisquer perigos em potencial quando crianças e cães estão juntos. Se perceber que o cachorro está tentando escapar ou se esconder da criança, faça com que ela pare de persegui-lo. Se ela for atrás do cachorro e o encurralar, a única defesa dele será latir, rosnar ou mesmo morder. Os pais devem ser coerentes em aplicar disciplina, de modo que tanto o cão como a criança saibam que os pais não estão brincando.

Não despreze o cão. Quando um casal que possui um cão tem seu primeiro filho, a tendência pode ser ignorar o animal e enxotá-lo para o quintal. Embora seja sensato tomar precauções, o treinador Richard Stubbs aconselha: “Não se deve desprezar o cachorro. Em vez disso, mantenha a rotina dele na medida do possível, e dê-lhe uma atenção razoável.”

Pense em como seu filho reagirá diante de um cão estranho. Se vir um estranho passeando pela rua com um cão, o que ele fará? Correrá impulsivamente para acariciar o cachorro? Ensine-o a não fazer isso. Primeiro é preciso obter a permissão do dono. Daí, se esse concordar, a criança pode andar vagarosamente em direção ao cachorro, para não assustá-lo, parar um pouquinho longe e falar calmamente com o cão. Se o animal for manso, se aproximará da criança. É melhor não mexer com cães que andam desacompanhados pela rua.

As crianças estão seguras com seu cão?

DO CORRESPONDENTE DE DESPERTAI! NA ÁFRICA DO SUL

SYDNEY, de dois anos, passou perto demais dum rottweiler agressivo que estava amarrado. O cão atacou, machucou o couro cabeludo de Sydney e quase decepou sua orelha esquerda. Ele precisará de diversos enxertos de pele.

Visto que mais pessoas têm adquirido cães de guarda, mais se ouve falar em ataques de cães a crianças. Algumas raças que se relata terem mordido crianças são rottweiler, doberman, bullmastiff, alsaciano (pastor alemão) e bullterrier. Uma pesquisa realizada na África do Sul revelou, entre os casos examinados, que a maioria das crianças havia sido atacada por cães que elas conheciam. Quase metade delas foi vítima de cachorros de vizinhos e um quarto foi mordido pelo seu próprio cão. Cachorros perdidos foram responsáveis por apenas 10% dos ataques. Com freqüência, as vítimas provocaram o cachorro de alguma maneira, talvez sem se aperceberem disso. É óbvio que muitos ataques de cães podem ser evitados se os donos dos animais e os pais tomarem algumas precauções básicas.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O Dilema da “Inteligência”

‘Surpreendente’, declara o cientista que estuda sua anatomia. Mas, se ele for proponente da evolução, D. Aranha também lhe apresenta grave dilema.

Como é que este diminuto animal (ela não é inseto, que só tem seis patas, em comparação com as oito da aranha) “descobriu” e “evoluiu” glândulas oleosas em seus “pés”, impedindo que ficasse grudada com sua própria cola? Quem lhe ensinou engenharia e geometria?

‘O instinto’, talvez alguém diga. Na verdade, a habilidade de tecer teias é instintiva, pois muitas aranhazinhas tecem “perfeitas miniaturas, não maiores do que um selo do correio”. Mas, ainda nos confronta o dilema de como tal criaturinha “desenvolveu” tal ampla gama de instruções.

‘Bem, ela os desenvolveu através dos séculos’, replica o evolucionista. Mas, um deles observa honestamente: “Não há nenhuma base científica para se supor que os hábitos das aranhas em geral tenham mudado grandemente.” Assim, junto com cada descoberta sobre ela, apresenta-se a questão: Por que demonstra uma “inteligência” não encontrada em criaturas muito maiores, e chamadas “mais desenvolvidas”?

Para outras pessoas não existe dilema algum. Aceitam a resposta concisa encontrada na Bíblia, em Gênesis 1:25: “E Deus passou a fazer . . . todo animal movente do solo segundo a sua espécie.”

Assim, em última análise, precisará fazer uma decisão. Da próxima vez que vir a diáfana teia de D. Aranha, pergunte a si mesmo: Que Arquiteto Magistral lhe ensinou a tecer?

Seu “Equipamento de Fiação”

Ao passo que todas as aranhas possuem glândulas ou “fábricas” de seda, algumas têm maior número do que outras. Dentre os possíveis sete tipos diferentes, a maioria das aranhas têm de três a cinco tipos. Cada uma produz uma seda diferente. Mas, como é que D. Aranha controla e maneja tais sedas?

Bem, debaixo de seu abdômen há usualmente seus órgãos tubulares chamados fiandeiras. É deles que vários tipos de seda são ejetados. No entanto, não é como se ela simplesmente tivesse seis esguichos móveis.

Cada fiandeira é pequeno apêndice composto de mais de cem diminutos tubinhos — cada tubinho capaz de ser individualmente controlado! Comentando a respeito dos fios produzidos por este “equipamento” intricado, diz certo naturalista: “A máquina de fiação da aranha é muito superior à inventada pelo homem para lançar cabos de pontes, pois a aranha pode variar o tamanho e a força de seu cabo à vontade, simplesmente por espalhar as [fiandeiras] ou colocá-las juntas.”

Aranea Tece Sua Teia

Primeiro de tudo, terá de observar de perto, pois ela se movimenta rápida e decisivamente. Sua primeira consecução tem de ser a de garantir o fio principal ou “fio de ponte” a partir do qual elaborará os fios suspensores de sua teia.

Talvez se admire de sua escolha do local — bem em cima dum riacho! Por que não escolher um lugar mais fácil? Pelo que parece, porém, ela conhece o valor de fixar sua rede sobre uma “rota aérea dos insetos”.

Como conseguirá fazer o fio atravessar o riacho? Está vendo-a empoleirada sobre aquele raminho e erguendo seu ventre no ar? Está lançando um fio de seda, que a brisa erguerá como um papagaio, ao continuar a “dar mais linha”. Segurando o fio pela garra de uma pata, ela sente quando toca em algo no outro lado da corrente. Atingido seu objetivo, ela puxa a parte frouxa do fio e assim obtém sua corda estirada sobre a água.

Partindo deste fio de ponte, quão rápido coloca os fios suspensores, formando um retângulo (outros apoios mais tarde esticarão isto num formato multilateral)! Agora, observe como ela vai ao centro do fio superior deste retângulo e, presa a um fio de seda, lança-se através do ar até o meio do fio inferior.

Dividido ao meio o retângulo, ela vai ao centro desta linha divisória e liga outro fio. ‘Como é que ela encontra o meio sem uma fita métrica?’ talvez pergunte. Essa é uma boa pergunta, mas ninguém conseguiu achar a resposta!

De qualquer modo, deste ponto médio, a Aranea vai soltando seu fio e sobe para o fio suspensor superior. Percorrendo este fio por breve distância a partir de seu ponto central, ela pára e prende o novo cabo. (Veja o Diagrama N.° 1.) O Primeiro “raio” duma roda geométrica acaba de ser formado.

Para cada raio, ela retorna ao ponto central ou calota e solta um fio por andar pela teia recém-formada. Observe que esta pequena engenheira coloca um raio do lado direito e então o próximo do lado esquerdo — alternando-se para manter a tensão equilibrada até que todos os raios estejam colocados! Todos os vinte e cinco (ou mais) são maravilhosamente eqüidistantes, quando se considera a velocidade e as condições de trabalho.

Depois de fortalecer o centro com fios espirais, D. Aranha parece então perder interesse. Começando perto do centro, ela deposita uma espiral bruta, bem espacejada, através dos raios. Artesanato descuidado? Não, pois esta espiral é simples “andaime” — um tablado do qual fazer o difícil trabalho de acabamento. A Aranha desmontará este andaime à medida que cada parte dele não seja mais necessária.

Agora, partindo de um ponto próximo à beirada do retângulo, ela trabalha em espiral em direção ao centro. Para esta tecedura circular, ela passou para uma seda elástica, revestida de cola. Durante anos, esta tecedura pegajosa deixou atônitos os naturalistas. Por quê? Porque cada segmento possui gotículas de cola exatamente eqüidistantes umas das outras.

Como poderia esta criaturinha medi-las tão precisamente? Daí, por fim, descobriu-se o segredo. Depois de D. Aranha ter lançado seu fio besuntado de cola entre dois raios, ela o dedilha ou “tange” como uma corda de violino. A vibração separa a cola em gotículas eqüidistantes!

Assim a Aranea se move lentamente de raio em raio, em círculos concêntricos, atando, passando cola e tangendo cerca de 13.000 destes curtos fios pegajosos. Por fim, depois de alguns toques finais fica pronta para o último passo: instalar o serviço “telefônico”.

Ela então estica sedoso “fio telefônico” de sua teia até seu esconderijo — amiúde sob uma folha próxima. Visto que Aranea não consegue ver muito bem, depende muitíssimo de seu excepcional sentido de tato. Quando um inseto voa para dentro da teia e fica preso ali, ao debater-se ele envia vibrações pelo “fio telefônico”, informando D. Aranha de que sua “mercearia” acaba de ser suprida.

Com efeito, visto que tais vibrações são o sinal para as refeições, quando o Sr. Aranha vem cortejar, sabiamente toca pequena “melodia” na beira da teia. Esta “serenata” impede que sua amada, de vista curta, salte sobre ele!

Ao considerar a engenharia e o artesanato da Aranea, talvez ache difícil de crer que foi necessária menos de uma hora para a inteira operação. Pode imaginar qualquer homem ser capaz de lançar e montar uma rede sobre amplo rio em uma só hora — fabricando sua própria corda, cola e sistema “telefônico” ao mesmo tempo?

Ainda mais surpreendente é que a Aranea não se incomodará em consertar as coisas quando os insetos despedaçam sua rede. Ela remove toda a teia de sua armação e fabrica uma nova! Comumente, ela faz isso a cada vinte e quatro horas. Como consegue continuar fazendo isso? De onde vem toda aquela seda?

Formas das Teias

À primeira vista, muitas teias de aranha pareceriam pouco mais do que um emaranhado de fios finos. Mas, um exame mais detido amiúde revelará grande engenhosidade.

Exemplificando: D. Aranha-de-Jardim (ela é sempre Dona, visto que os machos não tecem teias) estira muitos “fios de retenção” num padrão cruzado. Abaixo deles, constrói compacta rede sedosa. Os insetos que voam batem nos “fios” e caem na rede embaixo.

Outras constroem uma rede em forma de arco e ainda outras uma cúpula arredondada em que a aranha se acoita. Os insetos capturados são puxados através dessas redes. Então, D. Aranha — amiúde mui asseada dona-de-casa — conserta sua sedosa “toalha de mesa”.

Mas, nem todas as teias são armadilhas imóveis. Certa aranha realmente modela um laço. Esta teia pequena e elástica é retesada entre os ramos de uma sempre-verde e mantida em seu lugar pela “vaqueira” até que algum mosquito insuspeito bata nela. Catapum! Ela dá um pouco de folga a seu fio e a teia é impulsionada para a frente, enredando o intruso! Com uma série de tais movimentos abocanhadores, o mosquito fica inteiramente encurralado.

Ao passo que nem todas as variedades de aranhas constroem teias, tais arquitetas são numerosas entre as mais de 29.000 espécies conhecidas. Todavia, dentre todas elas, uma “família” é considerada distinta, as artistas por excelência. São as fiandeiras da tela em roseta (ou redonda). Estas, segundo certa autoridade, “constroem a mais bela e complicada de todas as teias”.

Gostaria de observar uma fiandeira e ver como ela tece sua teia em roseta? Observemos a Aranea, a “rainha das aranhas-arquitetas” ao iniciar vigorosamente seu próximo projeto.

D. aranha tece sua teia

A BELEZA está nos olhos de quem a vê, diz-se. Isso bem pode ser declarado sobre D. Aranha.

Usualmente, quando acontece de ela entrar em contato com um daqueles gigantes da terra — o Homem ou a Mulher — ela é saudada com chutes, vassouradas e objetos voadores. Sua arte, uma das maravilhas do “mundo das coisas pequenas”, é chamada de teia e eliminada pela vassoura.

Naturalmente, alguns humanos deveras falam da beleza de uma teia de aranha coberta de orvalho ao amanhecer. E alguns realmente sabem que D. Aranha é, normalmente, amiga do gênero humano, ajudando a controlar o número de insetos e, em geral, empenha-se em ficar longe do caminho do homem.

Mas, se mais pessoas soubessem de sua habilidade arquitetônica, não poderiam ainda outros mudar de idéia? Apesar de suas oito patas peludas e seu figurino de matrona, não poderiam chegar a reconhecer a beleza de sua arte? Considere apenas algumas das formas desenvolvidas por algumas destas arquitetas.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A Triste História de Sheena

Não foi nada animador, mais adiante, quando vimos outra leoa-da-montanha.

“Eis aqui uma triste história”, começou Martine. “O homem tinha um apartamento elegante — móveis em estilo Luís XVI, candelabros, sofás de seda branca, antigüidades, etc. Ele visualizou outra peça de ‘mobília’ — um elegante animal andando por entre toda essa opulência. Adquiriu uma filhote de leão-da-montanha. No entanto, ele não era capaz de entender a leão-da-montanha. O animal começou a fazer coisas comuns a tais filhotes. De modo que ele removeu as garras dela. Ela cresceu, mas ainda não se comportava conforme ele queria. As presas dela desapareceram a seguir. Isso não bastou, de modo que todos os seus dentes foram arrancados. Ele ainda não estava satisfeito, de modo que ela está aqui.”

Martine inclinou-se perto da jaula e disse brandamente: “Olá, Sheena.” O grande felino fitou-a desconsoladoramente, mas, com insistência, Sheena abriu bem a boca. Só gengivas, nem sequer um dente! Ao lado estava uma panela com mingau. “Preparamos a comida especial dela”, explicou Martine.

Ao deixarmos Sheena, Martine disse-nos espontaneamente: “Poucas pessoas sabem cuidar de animais de estimação selvagens. A maioria que os tem deixa a desejar. Não devido à crueldade deliberada, mas por ignorância, ou falta de cuidado, ou manias para satisfazer o orgulho pessoal, ou seja lá o que for.”

“Muitos”, disse eu, “são atraídos a tais magníficos e grandes felinos, ansiando tê-los como animais de estimação para acariciá-los. Compreendo o sentimento. Compartilho isso. Mas leões não são bichinhos de estimação. Destinam-se à vida nas selvas, não a salas de estar. Alguns, como aquele homem que mutilou Sheena, querem satisfazer seu próprio ego, e usam o animal para projetar uma imagem de masculinidade.”

Visitamos os lobos.

“Estes dois vieram de um zoológico. Aquele é de um parque cujo proprietário foi assassinado. Este encontramos acorrentado no quintal de alguém que morava no norte.” Enquanto falava, Martine interrompia a si mesma para cumprimentar a cada um dos lobos e obter uma reação deles.

“Os lobos são muito incompreendidos. Os que os possuem fazem toda sorte de coisas erradas, violam o comportamento social do animal, interferem com a alimentação ou com seu parceiro. Ele reage, acaba mordendo alguém.” Após uma pausa, continuou: “Sinto pena dos lobos. São muito exuberantes, são corredores, devoram quilômetros. Estas pistas de uns 12 metros não representam nada para eles. Nosso próximo projeto, esperamos, será colocá-los num cercado de uns 4.000 m2.”

Ajuda a animais maltratados pelo homem

Por um membro da redação

ALGUNS deles são ex-animais de estimação. Outros foram maltratados, arrancados de seus pais ou feridos. Ainda outros foram confiscados pelas autoridades municipais, estaduais ou federais. Nem todos são nativos dos Estados Unidos; muitos são exóticos animais carentes. Alguns tiveram suas garras e dentes arrancados, foram castrados ou mutilados pela desnutrição ou pela crueldade de anteriores donos. Todos eles encontraram abrigo e ajuda no Wildlife Waystation (posto de assistência à vida animal). Seu orgulho é: “O Wildlife Waystation nunca rejeitou um animal carente!”

Minha visita ali em agosto de 1981 convenceu-me de que seu orgulho é justificado.

Após termos subido de carro vários quilômetros no canyon Little Tujunga nos montes San Gabriel, ao norte de Los Angeles, E.U.A., eu e um fotógrafo chegamos a esse cercado animal de uns 65 hectares. Fomos recepcionados por uma jovem bronzeada e saudável — Martine Colette, fundadora e presidente dessa entidade de assistência a animais, não-lucrativa e isenta de impostos. (Os visitantes são recebidos apenas por acordo de antemão.) Com amabilidade, competência e desembaraço, ela guiou-nos em nossa excursão pelo Wildlife Waystation.

“Este é Cowboy (vaqueiro)”, disse Martine, ao pararmos na primeira jaula. Nela estava um grande e bonito leão-da-montanha (puma).

“Este animal tinha seis meses quando foi encontrado numa loja de animais, mal nutrido e com dentes estragados — felizmente era sua primeira dentição. Agora está em perfeitas condições e mentalmente bem-disposto.”

“Mas esse nome, Cowboy?”, perguntei, hesitando.

Ela riu. “Quando ele era pequeno eu o deixava solto com os cavalos. Ele gostava de correr atrás deles. Naquele tempo os cavalos não se importavam com isso. Agora não iriam mais gostar disso.”

É errado ser cruel com os animais?

NUMA rinha da América Central, todos os olhos estão mirados em dois galos, um vermelho e um branco. A multidão delira quando o galo vermelho, com uma lâmina afiadíssima presa ao pé, acerta um golpe no galo branco. O juiz ergue os dois galos. O branco esmorece e morre, sangrando. A briga de galo terminou.

No sul das Filipinas, dois garanhões são lançados um contra o outro. Os espectadores assistem ao espetáculo horripilante, à medida que os cavalos são mordidos nas orelhas, no pescoço, no focinho e em outras partes do corpo. Embora ambos talvez saiam vivos do ringue, pelo menos um deles possivelmente sairá mutilado ou cego, ou tão ferido que venha a morrer mais tarde.

Dois cachorros na Rússia se atacam. Pouco depois, com olhos vazados e orelhas retalhadas, eles vagam por aí com patas mutiladas e sangue escorrendo de carne dilacerada.

Há séculos, o homem lança animal contra animal em nome do esporte, muitas vezes impelido pela jogatina. Acrescente-se à lista as touradas, a caça à raposa e até briga de aranha. Além disso, muitos animais sofrem em nome da ciência. E um incontável número de animais sofre por negligência, intencional ou não, de seus donos.

Alguns países têm leis que regulam o tratamento de animais e proíbem atos cruéis. Já em 1641, a Colônia da Baía de Massachusetts elaborou “O Código de Liberdades”, que dizia: “Nenhum homem deve exercer tirania ou crueldade contra quaisquer das criaturas brutas [animais], que, em geral, são criadas para uso do homem.” Desde então fizeram-se leis e formaram-se sociedades em defesa dos animais e contra a crueldade.

Mesmo assim, muitos promotores das acima mencionadas brigas por esporte não se consideram cruéis com os animais. Alguns afirmam amar os animais cujo sofrimento e morte brutalmente provocam. Amantes da briga de galo dizem que as suas aves vivem mais tempo do que as demais da espécie, destinadas à panela. Que grande consolo!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Reputação Imerecida

Parece que, na maior parte, as cobras têm uma reputação imerecida. O herpetólogo (estudioso dos répteis) Sam Telford se acha entre os que crêem nisto. Afirma: “Têm uma reputação que não merecem; só porque algumas são perigosas, todas foram difamadas.”

Realmente, as cobras servem para finalidades úteis, conforme indica Telford. São importantes no controle dos ratos, camundongos e outros roedores que se multiplicam em taxas rápidas e podem causar grandes danos às colheitas. Portanto, muitos agricultores consideram a cobra como sua amiga, como colaboradora em seus esforços agrícolas.

Mas as cobras servem ao homem de maneira bem diferente, também. Willie K. Friar, escrevendo no Panama Canal Review, de fevereiro de 1970, comenta: “A jibóia, que alguns se referem como um ‘bom naco de carne’, é parte regular do cardápio servido aos estudantes da Escola de Sobrevivência Tropical da Força Aérea na Zona do Canal.”

Embora algumas cobras sejam perigosas e certamente devem ser tratadas com respeito, a maioria é útil ao homem. São amigas, não inimigas.

Estórias de Cobra

É bem óbvio que alguns tipos de cobras podem ser perigosos. A venenosíssima naja, por exemplo, segundo é relatado, é responsável por umas 10.000 mortes por ano só na Índia. Durante o acasalamento, a naja pode ser agressiva, e há estórias de terem perseguido humanos numa caçada de vida ou morte.

O pitão é outra cobra famosa, cuja própria menção já causa medo em certas pessoas. Pode ser tremenda em tamanho. Um pitão asiático chegou a medir dez metros de comprimento! O pitão mata por constringir ou espremer sua presa até sufocá-la. Mas, há poucos relatos autenticados de tais cobras atacaram e devorarem humanos. Em certo caso, porém, um rapazote de quatorze anos nas Índias Orientais foi pego e devorado por um pitão. Alguns dias depois, a grande cobra foi capturada e morta, recuperando-se o corpo do rapaz.

A maior cobra viva é a sucuri sul-americana, que também mata suas vítimas por esmagá-las. Tem havido estórias do Brasil, desde tempos remotos, sobre o grande tamanho e a grande força da sucuri. Há alguns anos, um fotógrafo no Brasil distribuiu um cartão postal de uma sucuri gigantesca, supostamente de 40 metros. E em 1948 uma reportagem jornalística falava de uma cobra de uns 48 metros de comprimento que foi morta por um destacamento do exército brasileiro. Têm as cobras realmente tal comprimento? As afirmações não foram comprovadas. Há relatos fidedignos, porém, de sucuris de onze metros, que são deveras grandes! A jibóia, que se encontra no Panamá, pode atingir um comprimento de quase cinco metros, estando logo abaixo da sucuri e do pitão em tamanho.

Cobras — amigas ou inimigas?

Do correspondente de “Despertai” no Panamá

AQUI no Panamá encontramos ampla variedade de cobras. Ela mais de 125 tipos diferentes, mas destes apenas vinte e um são venenosos. E as variedades não-venenosas são muito mais populosas do que as venenosas. Vários missionários das testemunhas de Jeová tiveram encontros interessantes com elas. Um deles, que vive numa cidade do interior do país, relata:

“Certo dia encontramos a muda de pele de uma jibóia em nossa casa. Ficamos bastante perturbados. Quando mais tarde encontramos a dona da pele, ficamos ainda mais perturbados. Pois compreendemos que evidentemente havia estado na casa já por algum tempo, alimentando-se de insetos que habitam nosso telhado, sem mesmo nos deixar saber que estava por perto.”

Outro missionário conta: “Notei por diversas noites sucessivas que havia algo nas molas de minha cama. Podia sentir e ouvir movimentos brandos durante a noite, mas não podia ver nada. Visto que dormia sob um mosquiteiro, sentia-me bem seguro contra camundongos ou até ratos, mas imagine meu horror quando decidi investigar e descobri uma venenosa cobra-coral vivendo entre as molas!”

Sim, uma reação comum ao se encontrar uma cobra é a de terror. Reage assim? Tem justificativa para isso? São as cobras realmente inimigos perigosos dos humanos? Ou servem para fins úteis?

sábado, 10 de julho de 2010

Vida e Morte dos Animais

O Criador deu vida tanto aos humanos como aos animais. Mas, por quanto tempo deviam continuar a viver?

Os cientistas relatam que os humanos parecem ter o potencial de vida interminável, de modo que os investigadores ficam perplexos quanto à razão por que morre o homem. A Bíblia fornece o motivo. Afirma que o Criador forneceu aos primeiros humanos, a oportunidade de viverem para sempre. A morte só veio porque se rebelaram. (Gên. 2:17; 3:17-19; Rom. 5:12) Que dizer, porém, dos animais? Não têm a capacidade de rebelar-se conscientemente contra Deus; todavia, vivem somente por certo tempo e então morrem. Assim, é claro que o Criador jamais propôs que os animais vivessem para sempre. Para eles, a morte era natural. — 2 Ped. 2:12.

Por conseguinte, mesmo que a pessoa possa ficar muito apegada a um bichinho de estimação, é evidente que o homem não deve nutrir os mesmos sentimentos sobre a vida ou morte deste que teria quanto a outro humano. Aparentemente, porém, alguns nutrem.

Hoje em dia há numerosos “cemitérios de animais”. Um jornal de Toronto, Canadá, descreveu um de tais cemitérios que tem uma capela funerária para os animais. Oferece enterros em caixões especiais, revestidos de seda. A que custo? De Cr$ 1.100,00 para uma ave até Cr$ 8.800,00 para um cavalo. O Post de Nova Iorque noticiou que certo ex-presidente dos Estados Unidos envia anualmente um cheque de Cr$ 220,00 para um cemitério de animais cuidar da sepultura de seu cachorro morto.

Mas, que proceder acha ser apropriado e equilibrado à luz da Palavra de Deus? Visto que o Criador jamais propôs que os animais vivessem sem morrer, que importância deve atribuir ou que despesas deve ter com a morte dum animal? Em harmonia com o conceito equilibrado da Bíblia, os israelitas não possuíam cemitérios para animais.

O Criador dos Animais

A base para um conceito equilibrado sobre a vida animal não é o conceito pessoal nem as emoções de algum humano imperfeito, não importa quão sincero possa ser. Antes, é o conceito (e os princípios) do Criador da vida animal, conceito este que é perfeito. — Deu. 32:4.

Depois de produzir os animais que habitam no solo, nos mares e na atmosfera da terra, “Deus viu tudo o que tinha feito, e eis que era muito bom”. (Gên. 1:20-25, 31) Assim, os animais são bons. Têm importante papel em nossos ciclos terrestres. São demonstração viva da sabedoria de Deus. (Sal. 148:7, 10; Jó 12:7-9) Mas, segundo o que Deus diz, como devemos nós, humanos, tratar os animais?

Podemos discernir isso através da lei que Deus forneceu aos israelitas. Ele exigia que fossem misericordiosos e justos ao lidar com os animais. Considere apenas alguns exemplos. Não se devia colocar no mesmo jugo um touro e um jumento, pois isso faria com que o menor deles sofresse. (Deu. 22:10) Como aos humanos, deu-se aos animais um dia sabático de descanso. (Êxo. 23:12) Um touro que debulhasse o cereal não devia ser açaimado, mas se devia permitir que comesse um pouco dele; seria cruel tentá-lo com alimento que não podia comer. (Deu. 25:4) Ademais, Deus disse: “O homem bom cuida de seus animais, mas os homens iníquos são cruéis para com os deles.” (Pro. 12:10, Today’s English Version) É claro, então, que Deus se interessa pelos animais.

Significa isso, então, que os homens não devem matar os animais, como o fazem ao caçá-los para obter alimentos ou para obter peles ou couros? E qual é exatamente o conceito equilibrado sobre a morte dum animal?

Mantenha um conceito equilibrado sobre a vida animal

“MOTORISTA Morre ao Tentar Ajudar um Cão Ferido”, noticiou o Daily News de Nova Iorque, de 29 de agosto de 1975. Um senhor de Long Island parou seu carro e saltou para ajudar um cão que estava ferido na estrada. Mas, acidentalmente, outro carro pegou este homem e o matou. O cão foi levado para um canil. Assim, o cão viveu e o homem morreu.

As ações dele ilustram o interesse compassivo que muitos demonstram pelos animais — talvez o leitor também demonstre. Ele arriscou sua vida por causa da alta consideração que tinha para com a vida animal. Foi esse o proceder certo?

“Não”, afirmariam alguns com ênfase. Por exemplo, numa reunião duma cidade inglesa, um membro da Comissão de Segurança das Estradas falou do perigo de os motoristas se desviarem para evitar cães, afirmando:

“Se as pessoas pudessem ser persuadidas a guiar em linha reta sobre o cão, se necessário podia-se evitar uma porção de danos aos humanos. . . . Tornamo-nos tão sentimentais quanto aos animais que um motorista instintivamente tentará desviar-se para evitar um deles — e provavelmente deixará de avaliar que há uma fila de ônibus na calçada . . . Cinco dos 42 acidentes ocorridos no distrito, em certo mês, foram devidos a cães. Isso faz com que meu sangue ferva.”

Mas, seu sangue não era o único que fervia. Muitos na assistência ficaram com raiva de ver o conceito dele sobre a vida animal.

Sim, são bem comuns os sentimentos fortes sobre a vida animal. Por exemplo, que dizer da caça? Alguns a condenam ardentemente como sendo brutal, insensível e desumana. Outros acham que é perfeitamente correto matar um animal para obter alimento ou sua pele. Que deve pensar uma pessoa? Qual é o conceito equilibrado que deve adotar?

Como pode avaliar, cada situação apresenta suas próprias facetas e circunstâncias, de modo que é inútil alguém dar uma resposta “geral”. Todavia, há uma base para se obter um conceito equilibrado sobre o assunto da vida animal. Qual é tal base?

domingo, 4 de julho de 2010

Os resultados do abuso - contra o elefante

O manso elefante indiano não pode ser forçado a trabalhar além do limite. Os elefantes podem atacar os cornacas caso estes os agridam verbalmente ou de outros modos. O jornal indiano Sunday Herald falou sobre um elefante com presas que “reagiu com violência . . . aos maus-tratos infligidos por cornacas. Ele ficou fora de controle por causa dos golpes que levou . . . e teve de ser sedado”. Em abril de 2007, a revista India Today International relatou: “Só nos últimos dois meses, mais de 10 elefantes com presas se tornaram violentos em festivais; desde janeiro do ano passado, 48 cornacas foram mortos por esses animais enfurecidos.” Isso costuma ocorrer todo ano durante o musth, um fenômeno fisiológico ligado à época do acasalamento em que o nível de testosterona de um elefante saudável se eleva. Em conseqüência, humanos e outros elefantes podem ser alvo de um comportamento agressivo e imprevisível. Esse fenômeno pode durar de 15 dias a 3 meses.
Um elefante também pode ficar agitado quando é vendido e outro cornaca passa a cuidar dele. Seu apego ao anterior adestrador é evidente. Para que haja uma transição suave, o antigo cornaca geralmente acompanha o elefante para seu novo lar. Lá, ambos os adestradores trabalham juntos até que o novo se acostume com o temperamento do elefante. Os problemas podem ser ainda maiores quando um adestrador morre e outro passa a tomar conta do animal. Mas, com o tempo, o elefante se acostuma.
Mesmo que alguns talvez temam esse poderoso animal, um elefante bem treinado obedecerá a um mestre bondoso. Quando a bondade prevalece, o elefante nem precisa ser acorrentado na ausência temporária de seu adestrador. Tudo que ele precisa fazer é deixar encostada uma ponta de sua vara na pata do elefante e a outra ponta no chão e dizer ao animal que não saia dali. O elefante obedientemente permanece no lugar. Como ilustrado na introdução, a cooperação entre um elefante e seu cornaca pode tanto surpreender como comover. De fato, um bom adestrador pode confiar em seu elefante.

Cuidados com o elefante

O cornaca deve cuidar da saúde e do humor do elefante. É importante banhá-lo todos os dias e esfregar sua pele — que é grossa, porém macia e sensível —, usando pedras e cascas de coco cortadas com cuidado.
Então chega a hora do café da manhã. O cornaca prepara uma mistura grossa feita de trigo, painço e forragem. A alimentação do elefante também inclui bambu, folhas de palmeira e capim. Ele fica contente quando são incluídas cenoura crua e cana-de-açúcar. Os elefantes passam a maior parte do tempo comendo. Eles precisam de uns 140 quilos de comida e cerca de 150 litros de água por dia. Satisfazer essas necessidades mantém o vínculo entre o elefante e seu adestrador.

Curso para adestrar elefantes

Vários centros de adestramento na Índia estão preparados para cuidar de filhotes de elefante que foram capturados, abandonados ou feridos em seu habitat. Um desses centros está localizado em Koni, Estado de Kerala. Ali, os filhotes são adestrados para trabalhar. Primeiro, o cornaca precisa ganhar a confiança do filhote. Alimentá-lo é um modo importante de conquistar essa confiança. O filhote reconhece a voz do seu adestrador e, quando chamado para se alimentar, corre para receber leite e pasta de painço. Os elefantes começam a ser adestrados para o trabalho por volta dos 13 anos. Então, aos 25 anos, começam a trabalhar. Em Kerala, o governo não permite que os elefantes trabalhem depois dos 65 anos.
O cornaca precisa ser bem treinado para que o elefante o obedeça. De acordo com a Associação para o Bem-Estar do Elefante em Trichur, Kerala, um aprendiz precisa receber um treinamento intensivo de pelo menos três meses. Não se trata de apenas aprender a dar os comandos. Também inclui saber tudo sobre elefantes.
O adestramento de um elefante adulto é mais demorado. O adestrador primeiro ensina os comandos verbais do lado de fora do cercado. Em Kerala, um elefante precisa aprender cerca de 20 comandos e sinais para fazer o trabalho necessário. O adestrador dá comandos altos e claros e, ao mesmo tempo, cutuca seu elefante com uma vara e mostra o que ele deve fazer. Se o elefante obedece ao comando, ele é recompensado com um petisco. Quando o treinador tem certeza de que seu elefante é amigável, ele entra no cercado e o acaricia. Essa interação reforça a confiança mútua. Com o tempo, o elefante pode ser levado para fora — com cautela, é claro, visto que ele ainda possui características selvagens. Até que fique claro que o elefante está plenamente domesticado, ele é acorrentado entre dois elefantes adestrados ao ser levado para tomar banho e em outras excursões.
Depois que um elefante aprende os comandos verbais, o cornaca se senta no dorso do animal e o ensina a obedecer a comandos físicos, usando os dedos dos pés ou os calcanhares. A fim de fazer o elefante ir para frente, ele pressiona atrás das orelhas do animal com os dedões dos pés; para trás, ele pressiona os ombros do elefante com seus calcanhares. Com o objetivo de evitar confusão, os comandos verbais são dados por apenas um adestrador. O elefante aprenderá todos os comandos em três ou quatro anos. Depois, nunca mais os esquecerá. Embora o cérebro do elefante seja pequeno em relação ao seu corpo, ele é um animal muito inteligente.

O que é preciso para adestrar um elefante

DO REDATOR DE DESPERTAI! NA ÍNDIA
UM CORNACA — nome dado a alguém que conduz, adestra e trata elefantes — preparava sua refeição às margens do rio Narmada. Ele havia deixado o filho entre a tromba e as patas dianteiras de seu elefante que descansava deitado. Sempre que a criança tentava sair, “o elefante com delicadeza enrolava sua tromba em volta dela e a trazia de volta”, relata o livro Project Elephant (Projeto Elefante). “O pai continuou a cozinhar e parecia ter plena confiança de que a criança estava segura.”
Elefantes têm prestado serviço ao homem desde 2000 AEC. Nos tempos antigos, eles eram treinados principalmente para a guerra. Hoje em dia, na Índia, são treinados para trabalhar na extração de madeira, em festas religiosas e de casamento, em propagandas, no circo e até mesmo para pedir esmola. Como esses elefantes são domesticados e treinados?

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Um refúgio para espécies ameaçadas

DO REDATOR DE DESPERTAI! NA ESPANHA
NO MUNDO inteiro, há cada vez mais perigos que ameaçam a sobrevivência de plantas e animais. Alguns cientistas calculam que milhares de espécies são extintas todo ano. Felizmente, as cadeias de montanhas são um refúgio vital para plantas e animais que costumavam viver em áreas mais amplas. Mas, mesmo nesses refúgios, a poluição e a atividade humana representam uma ameaça. Talvez em nenhuma outra parte da Terra isso seja tão evidente quanto na Europa, uma das regiões mais povoadas do planeta.
Nos Pireneus, uma cadeia de montanhas na fronteira da França com a Espanha, muitos parques nacionais servem de proteção para a fauna e a flora da região. Nessas áreas protegidas, visitantes têm a oportunidade de ver o que se tornou um refúgio para muitas espécies ameaçadas. Vejamos brevemente o que esses parques oferecem.
Espécies lutam pela sobrevivência
Flores. Algumas das mais belas flores silvestres crescem em altitudes acima de 1.500 metros. As gencianas das espécies Gentiana nivalis L. e Gentiana clussii (1), com suas vívidas pétalas azuis, formam um tapete nas encostas das montanhas, muito acima da linha das árvores. Mais abaixo nas encostas, muitas orquídeas sapatinho-de-dama (2) continuam a florir num bosque de faias. Centenas de amantes da natureza visitam esse bosque todo ano. Por isso, guardas-florestais o vigiam 14 horas por dia, para garantir que essas valiosas flores não sejam danificadas ou arrancadas.
Borboletas. Prados alpinos bem preservados e forrados de flores silvestres abrigam borboletas coloridas. A grande borboleta Apolo (3), com vívidas manchas vermelhas nas asas, voa entre os cardos. Flores menores recebem a visita constante de borboletas azuis e de borboletas cor-de-cobre (4) da família das Lycaenidae. Borboletas bela-dama e casco-de-tartaruga voam pelas encostas mais altas.
Animais. Houve uma época em que muitos dos maiores mamíferos da Europa vagueavam por vastas regiões do continente. Mas alguns estão quase extintos por causa da caça. Lobos, ursos, linces (5), bisões, camurças e cabras-montesas (6) vivem agora apenas em algumas cadeias de montanhas ou em regiões bem distantes no norte. Os majestosos animais nas reservas dos Pireneus não deixam dúvida de que essas montanhas já estiveram repletas de vida selvagem. Alguns visitantes preocupados se perguntam o que o futuro reserva para os poucos animais que restam ali.
Temos boas razões para confiar que o Criador, Jeová, Aquele “a quem pertencem os picos dos montes”, se preocupa com a vida selvagem nas montanhas. (Salmo 95:4) Em um dos salmos, Deus diz: “A mim pertence todo animal selvático da floresta, os animais sobre mil montanhas. Conheço bem toda criatura alada dos montes.” (Salmo 50:10, 11) Em vista da preocupação de Jeová com a Terra e com suas criaturas, podemos ter certeza de que ele nunca permitirá que os animais das montanhas desapareçam.

1 Gentiana clussii
2 orquídeas sapatinho-de-dama
3 borboleta Apolo
4 borboletas cor-de-cobre
5 linces
6 cabras-montesas


terça-feira, 29 de junho de 2010

As asas dos aviadores da natureza

▪ Na sua opinião, quem é mais eficiente no ar? Aviões ou animais como morcegos, insetos e pássaros? Por incrível que pareça, os aviões não são páreos para essas pequenas maravilhas da natureza, que “possuem habilidades impressionantes de se manter no ar mesmo com ventos fortes, chuva e neve”, disse Wei Shyy, professor de engenharia aeroespacial na Universidade de Michigan. Qual é o segredo? Bater as asas — algo que o homem inveja desde suas primeiras tentativas de levantar vôo.
Analise o seguinte: Durante o vôo de alguns pássaros e insetos, suas asas sempre mudam de formato para se adaptar ao ambiente. Isso os habilita a pairar no ar e realizar manobras bruscas. A revista Science News comenta o que foi observado nos morcegos: “Quando voam a uma velocidade baixa, de cerca de 1,5 metro por segundo, os morcegos viram as pontas das asas para baixo e rapidamente as acionam para trás num movimento ascendente. Os cientistas acreditam que essa técnica . . . possibilita a força de sustentação e propulsão.”
Sem dúvida, ainda há muito que aprender sobre os aviadores da natureza. “Fisicamente, o que eles fazem com o ar para conseguir uma força de sustentação tão eficiente?”, pergunta Peter Ifju, professor de engenharia mecânica e aeroespacial na Universidade da Flórida. Ele continua: “Simplesmente não conseguimos entender todos os aspectos da Física envolvidos no vôo. Podemos ver o que [os pássaros e insetos] fazem, mas não compreendemos como isso interage com o ar.”
O que você acha? Será que as asas versáteis dos aviadores da natureza surgiram por acaso? Ou tiveram um projeto?

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM AS AVES?

  Estimativas de mortes de aves causadas anualmente por atividades humanas nos Estados Unidos
▪ Torres de comunicação — 40 milhões
▪ Pesticidas — 74 milhões
▪ Gatos domésticos e outros felinos — 365 milhões
▪ Vidraças — de 100 milhões a 1 bilhão
▪ Destruição do habitat — desconhecido, mas possivelmente o fator mais prejudicial

Pode ser perigoso tocar em aves feridas, porque elas não sabem que você está tentando ajudá-las. Além disso, algumas podem transmitir doenças aos humanos. Assim, se quiser ajudar uma ave ferida, use luvas e lave as mãos depois. Se estiver preocupado com os riscos à saúde ou segurança, não se aproxime. Dependendo da situação, você pode pedir ajuda profissional.

Prédios mais seguros para as aves

Para evitar colisões com vidraças, as aves precisam vê-las e reconhecê-las como um objeto sólido. Para esse fim, alguns moradores usam adesivos ou outros recursos bem visíveis em janelas sujeitas a colisões de aves, embora isso obstrua a visão deles. De acordo com o Dr. Klem, o que importa não é o desenho dos adesivos em si, mas o espaçamento entre eles. Sua pesquisa sugere que as figuras não devem ficar mais do que 5 centímetros de distância umas das outras em sentido horizontal e 10 centímetros em sentido vertical.
O que pode ser feito para ajudar as aves migratórias que voam à noite? “As colisões com prédios à noite   . . . em grande parte são evitáveis por apenas apagar as luzes”, disse Lesley J. Evans Ogden, uma especialista em pesquisa ecológica. Em algumas cidades, luzes decorativas em arranha-céus agora estão sendo apagadas ou tendo sua intensidade diminuída em certa hora da noite, especialmente durante a estação migratória. Em outros casos, redes foram instaladas em janelas de prédios altos a fim de que as aves não confundam os reflexos com o céu.
Essas medidas podem representar uma redução de até 80% nas mortes, salvando milhões de aves por ano. Mas o problema principal provavelmente não vai desaparecer, porque as pessoas gostam muito de luzes e vidraças. Sendo assim, as organizações dedicadas ao bem-estar das aves, como a Sociedade Audubon, estão tentando convencer arquitetos e construtoras a serem mais sensíveis às necessidades do mundo natural.

O impacto na população aviária

Durante a estação migratória, apenas um alto prédio em Chicago, Illinois, EUA, causou em média cerca de 1.480 mortes, de acordo com um relatório. Assim, durante um período de 14 anos consecutivos, umas 20.700 aves morreram por causa daquele único prédio. É claro que o total de aves que colidiram com o prédio foi bem maior. E não estamos falando de “pombos, gaivotas ou gansos”, mas de “aves ameaçadas de extinção”, disse Michael Mesure, diretor do Programa de Alerta para a Luz Fatal, em Toronto, Canadá.
Por exemplo, em um ano recente na Austrália, as vidraças mataram cerca de 30 periquitos-andorinha, espécie que conta agora com apenas 2 mil exemplares. Nos Estados Unidos, muitas espécimes do gorgeador-de-bachman, ave vista agora praticamente apenas em museus, foram encontradas depois de colidir com um farol na Flórida.
Das aves que sobrevivem a uma colisão, muitas ficam feridas ou fracas. Isso é perigoso principalmente para aves migratórias. Se elas caírem dentro de uma área com muitos prédios, podem morrer de fome ou servir de alimento para outros animais, alguns dos quais aprenderam a se aproveitar dessa fonte de comida ocasional.

Os assassinos — vidro e luz

Vidro significa perigo para as aves. Quando as janelas estão limpas e transparentes, as aves geralmente só conseguem ver o que está do outro lado, como o céu e plantas. Em resultado disso, acabam colidindo contra o vidro com toda a força. Elas talvez vejam plantas decorativas dentro de casas ou de saguões e tentam pousar nelas.
Vidros laminados ou espelhados também podem causar problemas. Em certas condições, as aves talvez vejam, não o vidro, mas o reflexo dos arredores ou do céu, e nesse caso também se machucam. Elas morrem até mesmo em santuários para aves e em refúgios para a vida selvagem ao colidir com vidros nas instalações de tais lugares. O Dr. Daniel Klem Jr., ornitologista e professor de biologia, acredita que mais aves morrem por colidir com janelas do que por qualquer outra causa relacionada a atividades humanas — exceto talvez por causa da destruição do habitat delas.
Algumas aves são especialmente propensas a colisões. A maioria dos pássaros canoros migratórios, por exemplo, voa para seu destino à noite e se orienta, em parte, por meio das estrelas. Em resultado disso, eles talvez fiquem confusos com as luzes brilhantes de prédios altos. De fato, alguns pássaros chegam a ficar tão desorientados que voam sem rumo até caírem de cansaço. Um outro perigo são as noites chuvosas ou nubladas. Em tais ocasiões, as aves tendem a voar em altitudes baixas, o que aumenta o risco de colidirem com prédios altos.

Quando aves colidem com prédios

EMBORA fosse dia, um pica-pau em pleno vôo bateu num arranha-céu e caiu no chão. A ave não viu a vidraça. Um pedestre bondoso encontrou-a atordoada e cuidou dela até que recobrasse os sentidos. Ele ficou feliz quando a ave piou, ergueu-se, eriçou suas penas e saiu voando.
Infelizmente, nem todas as aves sobrevivem a uma colisão como essa. De fato, daquelas que colidem com casas, cerca da metade morre. Pesquisas indicam que, só nos Estados Unidos, mais de 100 milhões delas morrem por ano depois de colidir com prédios de todos os tipos, diz a Sociedade Audubon. E alguns pesquisadores acreditam que esse número talvez chegue a quase 1 bilhão! Mas por que essas colisões? O que pode ser feito para impedi-las?

terça-feira, 15 de junho de 2010

Descrição da Família

Visto que já me referi a “nós, ursos”, é provável que -tenha adivinhado que sou um urso-polar Sabe que tenho parentes de pêlo mais escuro no sul, embora alguns membros de minha família ursos-pardos e ursos-negros — também possam ser encontrados acima do Círculo Ártico.

Há notáveis diferenças entre nós e os outros ursos. À guisa de exemplo, compare nosso pescoço e nossa cabeça com os dos outros. Como vê, nosso pescoço é mais comprido e nossa cabeça é menor. Também, dificilmente ficamos em solo seco, como outros membros da família ficam. Somos ursos marítimos. (Talvez seja por isso que os cientistas nos chamam de Ursus marítimus.) Outra diferença é que nossa dieta, necessariamente, compõe-se quase que toda de alguma forma de carne.

Nossa cor, como sabe, é branca, com leve toque amarelado. É isso que me torna difícil de ser visto. Peso cerca de 544 quilos, a média para o adulto. Embora possua “grandes” tios, que chegaram até a 725 quilos e 3,40 metros de comprimento! Nos, machos, temos cerca de 2,40 metros de comprimento. As fêmeas são menores.

O grande urso-polar do Ártico

NÃO consegue ver-me, não é? Percebo isso pelo modo como está olhando bem para a crista de gelo em que estou, sem mostrar qualquer sinal de medo. Está totalmente absorto na paisagem — não querendo fugir, como faria se soubesse que estou aqui. Visto que posso atingir velocidades de 40 quilômetros horários num esforço só eu estaria aí junto em questão de segundos!

Talvez se eu tirasse a pata da frente de meu nariz negro, poderia ver-me, mas não quero assustá-lo. Além disso, acabo de comer, de modo que prefiro descontrair-me, como nós, ursos, amiúde fazemos depois de comer.

Enquanto faço isso, acho que vou contar-lhe um pouco sobre mim mesmo! Abrangerá seu conceito sobre esta parte do planeta. Sou tão típico desta zona frígida que me chamam de “o próprio símbolo do Ártico”.

O feito de engenharia do urso polar

O URSO polar, segundo certos cientistas, poderia ensinar muito à humanidade sobre a utilização da energia solar. O físico Richard E. Grojean ficou intrigado com essa idéia em meados dos anos 70, depois que se fez uma interessante descoberta sobre os animais brancos das regiões árticas.

Recenseadores da vida selvagem canadense descobriram que não podiam simplesmente tirar fotos aéreas convencionais dessas criaturas, visto que se confundem com a paisagem branca. Filmes infravermelhos, geralmente ideais para fotografar animais de sangue quente, também fracassaram. Os animais eram simplesmente insulados demais para desprender suficiente calor para o filme detectar. Todavia, quando se usaram filmes ultravioletas, focas brancas e ursos polares apareceram como objetos nitidamente pretos em contraste com o fundo branco. “Ao passo que a neve refletia os raios ultravioletas, os animais os absorviam”, noticia o jornal The Toronto Star.

Por quê? De acordo com o físico Grojean e Gregory Kowalski, professor adjunto de engenharia mecânica, a resposta reside na pelagem do urso. Quanto à invisível extremidade ultravioleta do espectro, os pêlos absorvem 90 por cento da luz ultravioleta e a transmitem para a pele negra abaixo, aquecendo assim o urso. Nas regiões árticas, onde a temperatura com freqüência cai a 29 graus centígrados negativos, a capacidade da pelagem de manter seu dono aquecido é notável. Os coletores solares comuns de telhado, em comparação, são muito menos eficientes. De fato, Kowalski calcula que a eficácia dos painéis solares poderia aumentar em 50 por cento por se aplicar os princípios do revestimento de pêlos do urso.

Quanto à parte visível do espectro, os pêlos do revestimento de pêlos comportam-se de forma justamente oposta; refletem 90 por cento da luz. Isto dá ao urso sua deslumbrante aparência branca, embora os próprios pêlos individuais não sejam realmente brancos, mas transparentes e sem pigmentos. A brancura do revestimento habilita o urso a caçar sem ser visto na paisagem ártica coberta de neve. Alguns observadores chegaram a ver ursos polares cobrirem seu nariz preto ao se aproximarem de sua presa, como se estivessem cônscios da necessidade de se confundir com a neve.

A pelagem do urso polar preenche perfeitamente duas necessidades importantes do animal: parecer branco e ficar aquecido. Pouco é de admirar, pois, que o físico Grojean elogiasse a pelagem como “fantástico feito de engenharia”. Resumindo, esta criatura ímpar e magnífica comprova a sabedoria do seu Criador.

Visitas ao urso-polar

Como podemos visitar essas interessantes criaturas? Os cientistas ergueram torres de aço de 14 metros ao longo da costa da baía de Hudson, a partir das quais se observam os ursos-polares.

Há Tundra Buggies à disposição dos turistas na cidade de Churchill. São veículos grandes, blindados, que levam vários passageiros em passeios turísticos. Às vezes dá para ver bem de perto um urso-polar quando um deles se apóia no revestimento de metal ou bate nele com a pata para chamar atenção ou pedir comida.

Esperamos que tenha gostado dessa visita aos gigantescos ursos-polares do norte do Canadá, que estão, segundo consta, entre os dez “mais populares” animais do mundo. De fato, são criaturas lindas, obra do Criador todo-sábio, que lhes deu a capacidade de se adaptar às imensidões gélidas da bacia do Pólo Norte da Terra.

Outras características

Segundo um artigo na revista Life, “os ursos-polares são os nadadores quadrúpedes mais resistentes do mundo”. Podem nadar por entre banquisas em extensas baías. Já que nem água nem cristais de gelo aderem ao seu pêlo oleoso, uma boa sacudida espirra uma nuvem de gotículas. Uma rolada na neve seca elimina o resto da umidade, e em alguns minutos a pelagem fica seca.

Só recentemente os cientistas aprenderam surpreendentes segredos da pelagem do urso-polar. Seu deslumbrante branco é o resultado de como a luz é absorvida e refletida por sua pelagem, o que também ajuda a mantê-lo aquecido.

Mas como é que eles se orientam na mutante paisagem marítima do Ártico, que apresenta poucos aspectos permanentes, se é que algum, que poderiam ajudá-los a se nortear? Segundo o livro Arctic Dreams (Sonhos do Ártico), o urso “deve ter um mapa na cabeça . . . A memória não é de nenhuma ajuda. Como os ursos criam e usam esses mapas é uma das mais intrigantes de todas as perguntas sobre eles”. Eles podem vaguear por semanas, sem se perder.

Embora os ursos-polares raramente ataquem seres humanos, os visitantes precisam respeitar sua grande força e agilidade. O mesmo livro disse: “Os ursos-polares são bastante acanhados e pacíficos, especialmente em comparação com os ursos grizzly.” No entanto, eles poderiam surpreendê-lo, porque suas patas peludas tornam seus passos quase silenciosos.

O acasalamento e a toca

O urso macho não tem nada de ‘chefe de família’. Depois do acasalamento, ele deixa a fêmea entregue à própria sorte, com toda a responsabilidade de criar os filhotes. O óvulo fertilizado dentro dela divide-se algumas vezes e depois permanece latente durante os quatro ou cinco meses seguintes.

Quando ocorre a implantação e começa o desenvolvimento do feto, a fêmea cava uma toca no monte de neve mais profundo que possa encontrar ou no solo às margens de um lago. Ela permanece ali, sem comer, nem urinar ou defecar até o fim de março.

A toca é muito bem feita. Da entrada, um túnel de uns dois metros de comprimento sobe até a espaçosa câmara, em que a fêmea se abriga. A toca retém o calor do corpo dela, ficando geralmente 20 graus centígrados acima da temperatura externa. Uma pequena abertura no teto deixa sair o ar viciado. Conforme a necessidade, a fêmea providencia um piso novo, raspando neve do teto e calcando-a com as patas.

Seria de esperar que uma ursa enorme dessas tivesse crias de tamanho compatível com o seu. Mas, ao nascerem, os filhotinhos pesam só uns 500 gramas! Em geral nascem em dezembro ou em princípios de janeiro.

As crias, cegas e surdas ao nascerem, são cobertas por uma penugem felpuda, menos nas plantas das patas e no focinho. Com garras em forma de foice, elas grudam no pêlo da mãe para mamar o leite nutritivo, cremoso e com sabor de óleo de fígado de bacalhau.

Na maior parte das regiões do Norte, as fêmeas geralmente têm duas crias por vez, de três em três anos. No entanto, as da região da baía de Hudson às vezes têm três crias e, mais raramente, quatro, de dois em dois anos. Os filhotes crescem rápido. Escutam os primeiros sons com uns 26 dias. Sete dias depois os olhos se abrem. A penugem com que nasceram se transforma na pelagem natural, de densidade bem maior.

Perto do fim de março, a família sai da toca na ensolarada primavera ártica. Os filhotes rolam a valer na neve que há em abundância por todo lado. Quando acham uma encosta íngreme, descem deslizando nas barriguinhas gorduchas, com as perninhas dianteiras e traseiras estendidas, até chegar nos braços da mamãe, que os espera lá embaixo.

Às vezes os filhotes acham difícil acompanhar a mãe na neve profunda. Qual é a solução? Andar “de cavalinho”, ora essa! Certa vez um fotógrafo viu ursas, que haviam sido perturbadas por um helicóptero, fugindo com os filhotes na garupa, “como joqueizinhos assustados”.

A mãe os treina com todo cuidado por uns dois anos e meio. Depois os abandona. Os jovens ursos ficam independentes.

Magníficos gigantes do norte do Canadá

Do correspondente de Despertai! no Canadá

“REI do Norte” e “Senhores do Ártico” são títulos notáveis compartilhados por uns 30.000 ursos-polares que vagueiam por toda a bacia do Pólo Norte.

Existem várias populações distintas de ursos-polares. Certo grupo escolheu como domínio a costa sudoeste da baía de Hudson, no Canadá, da ilha Akimiski, na baía de James, à enseada de Chesterfield, ao norte. Assim, Churchill, em Manitoba, localizada entre as duas, ganhou o título de “capital mundial do urso-polar”.

O urso-polar macho percorre seu domínio com curiosidade e infatigável disposição. Isto lhe granjeou o nome poético Pihoqahiak, dado pelo povo inuit, que significa “aquele que está sempre vagueando”.

Antigos exploradores do norte do Canadá ficaram fascinados pelo urso-polar. John Muir, um naturalista americano, descreveu-o como ‘animal de aspecto nobre e enorme força, que vive corajosa e confortavelmente em seu habitat de gelo eterno’.

Embora pesem de 450 a 640 quilos, eles são quase tão ágeis quanto gatos. Um biólogo disse: “São como gatos grandes. Sua velocidade é absolutamente inacreditável — são velocíssimos.”

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pesquisas com animais — reações violentas

CASO fosse possível tabular o número preciso de quadrúpedes utilizados em experimentos de laboratório e como modelos de pesquisas médicas, o total mundial, anual, seria assombroso. Calcula-se que, pelo menos, 17 milhões de animais — cães, gatos, primatas, cobaias e coelhos — sejam usados todo ano, apenas nos Estados Unidos. Ratos e camundongos constituem 55 por cento deste total. Visto não haver registros precisos de onde tais animais são usados e quantos são, alguns peritos consideram que estes totais são, no máximo, estimativas imprecisas. Algumas fontes situam o total, para os Estados Unidos, em torno de cem milhões. Acha chocantes estes números?

Embora o sacrifício destes animais peludos não deixe de ter sua finalidade, sente repulsa só em pensar nisso? Considera imoral tal matança? Milhões de pessoas sentem repulsa de ver os animais serem usados em pesquisas. Alguns argumentam que o abuso dos animais é especieismo. Um especieista é alguém que tem “preconceito em favor dos interesses de sua própria espécie e contra os interesses de outra espécie”. (Point/Counterpoint Responses to Typical pro-Vivisection Arguments [Respostas de Ponto/Contraponto Para os Argumentos Típicos a Favor da Vivisecção]) Segundo os que são a favor da libertação dos animais, os especieistas “crêem que o fim justifica os meios, e que é preciso causar o mal [aos animais] para atingir o bem [em prol dos humanos]”.

Por outro lado, o ponto de vista científico é resumido nas seguintes perguntas: Ressente-se de um sistema que advoga a matança de animais, de modo que os médicos possam aprender novas técnicas ao realizar operações em humanos ou impedir a disseminação de doenças mortíferas? Está disposto a descartar os fármacos e as tratamentos que salvam vidas, por saber que foram primeiramente testados em animais? Estaria disposto, sim, preferiria que seu filho ou um de seus genitores, que sofreu morte cerebral, fosse usado numa cirurgia experimental, em vez de um animal? E, por fim, há o seguinte: Caso as pesquisas com um animal pudessem salvar você ou um ente querido de uma excruciante doença ou da morte, recusar-se-ia a permiti-las, por ter o conceito de que é imoral sacrificar um animal para salvar um humano?” Alguns diriam que tal dilema não é tão fácil de solucionar.

Bichinhos em Abundância

A menos que more numa fazenda, sua satisfação com os animais talvez se limite principalmente a cães, gatos, pequenos, pássaros ou peixes. Todavia, há pessoas que têm tartarugas, hamsteres ou certos insetos como bichinhos de estimação, tais como moscas ou baratas. Realmente, a lista de bichinhos de estimação é ampla. As crianças japonesas não raro domesticam camundongos. Alguns australianos têm cangurus como bichinhos de estimação. Daí, o que dizer de mangustos, rãs, macacos e lontras? E, incrível como pareça, cerca de 10.000 estadunidenses possuem grandes felinos, tais como leões e leopardos, como bichinhos de estimação!

Certo livro informava recentemente que havia oito milhões de cães e gatos na Alemanha Ocidental, e cerca de 16,5 milhões em França. O Times de Londres (9 de set. de 1967) disse que, em um só ano, os ingleses gastaram 95.555.304 libras em comida para mais de 5 milhões de cães, 4,5 milhões de gatos e 3,5 milhões de aves, peixes e outros bichinhos. Quanto aos Estados Unidos, a revista Time declarou:

“Atualmente os E. U. A. atravessam o que só pode ser descrito como explosão animalthusiana. . . . Os cerca de 100 milhões de cães e gatos nos E. U. A. se reproduzem à taxa de 3.000 por hora versus] os 415 bebês humanos que nascem a cada 60 minutos. Calculadamente 60% das 70 milhões de famílias estadunidenses possuem bichinhos de estimação.”

Se o leitor, também, aprecia os animais — quer tenha quer não um animal de estimação — talvez já tenha pensado nos vários benefícios dos animais.

Aprecie os animais — em seu devido lugar!

O JOVEM casal visitava pela primeira vez Berlim, Alemanha. Havia muitas coisas para ver — o teatro da ópera, lagos, museus e lugares históricos. Todavia, uma das suas lembranças mais gratas foi algo que viram no zoológico.

Na área espaçosa dos ursos polares, um urso entrava e saía da água, ao brincar com uma pá de cabo comprido. Eles o observaram lançar seu brinquedo esquisito no ar, e então mergulhar na água para recuperá-lo. Não havia dúvida de que se estava divertindo. E que prazer foi observá-lo!

Já se deleitou, também, em observar os animais, ou em ficar junto deles? Talvez fosse uma ocasião em que, depois de muita paciência de sua parte, uma tâmia ou um esquilo chegaram tão perto a ponto de apanhar uma amêndoa entre seus dedos. Ou, talvez, ria-se agora ao lembrar da ocasião em que acariciou um veadinho manso ou observou seu gatinho novo correndo atrás duma folha.

Francamente, quase todos podemos derivar grande prazer dos animais. Oh, é verdade, talvez tenha algumas dúvidas quanto a cobras, aranhas, morcegos ou algo desse tipo. E, mesmo assim, em geral, a maioria de nós considera os animais como sendo agradáveis e interessantes.

Há necessidade, contudo, de manter os animais em seu lugar relativo e devido, se havemos de apreciá-los plenamente. Um exemplo, admitidamente radical, ilustra vigorosamente este ponto.

Certo senhor gostava intensamente de seu bichinho de estimação — uma jibóia de um metro e meio. Embora sua esposa tivesse medo dela, ele insistia em levar a cobra para dormir com eles, dormindo com ela toda enroscada em seu corpo. Começou a levar a jibóia para a mesa, enrolando-a em seus ombros. Quando, por fim, começou a alimentá-la à mesa com camundongos vivos, isso foi demais para sua esposa. Ela obteve um divórcio. E o marido? Passou a adquirir outra jibóia, esperando que as duas acasalassem. É óbvio que ele apreciava os animais, pelo menos os desta espécie: Mas, será que os apreciava a um grau razoável, ou em seu devido lugar?

terça-feira, 1 de junho de 2010

Como alguns mantêm contato

Poucos sons são tão espetaculares como o rugido do leão em uma noite silenciosa. Várias razões já foram propostas para essa comunicação. O poderoso rugido de um macho é um aviso a todos de que ele está em seu território; quem se intrometer estará por sua própria conta e risco! Mas, por ser um felino sociável, o leão também ruge para manter o contato com outros membros da alcatéia. Geralmente, é um rugido mais suave, menos agressivo. Certa noite ouviu-se um leão rugir a cada 15 minutos, até que um “parente” respondeu, à distância. Eles continuaram “conversando” por mais 15 minutos, até que finalmente se encontraram — e os rugidos cessaram.

Além de aprofundar os relacionamentos, esses contatos oferecem proteção contra as intempéries. A galinha emite diversos sons que transmitem diferentes mensagens aos pintinhos. O mais distinto, porém, é o som longo, surdo, emitido ao anoitecer, indicando que ela voltou para casa para recolher-se. Seguindo o chamado da mãe, os pequeninos que estão espalhados se juntam sob suas asas e abrigam-se para passar a noite. — Mateus 23:37.

Hora de comer

No mundo selvagem, muitos predadores têm de desenvolver seu talento para a caça, a fim de se tornarem bons caçadores. Os jovens têm de prestar muita atenção à medida que os pais os conduzem passo a passo. Em um santuário africano da vida selvagem, uma fêmea de chitá, chamada Saba, foi observada quando dava importantes lições de sobrevivência para seus filhotes. Depois de rondar, por mais de uma hora, uma gazela-de-thomson que pastava, a chitá deu um salto gigante, prendeu e sufocou o infeliz antílope — mas não o matou. Pouco depois, Saba largou o animal aturdido diante dos filhotes que, estranhamente, relutavam em lançar-se à presa. Os pequenos chitás entenderam por que a mãe lhes havia trazido um animal vivo: ela queria que eles aprendessem a matar a gazela. Toda vez que a presa tentava erguer-se e correr, os filhotes, bastante alvoroçados, a levavam ao chão. Exausta, a gazela desistiu de lutar pela sobrevivência. Observando à distância, Saba aprovou as ações dos filhotes.

Alguns animais se especializam em fazer o maior barulho possível quando estão procurando comida. Uma alcatéia de hienas-malhadas grunhe, bufa e solta gargalhadas quando está correndo atrás da presa. Uma vez que esta tenha sido morta, a infame “gargalhada” das hienas convidará outras delas para o banquete. Mas as hienas nem sempre caçam para conseguir comida. No mundo selvagem, elas estão entre os piores piratas de comida — usando todos os métodos para atormentar outros predadores com sucessivos ataques, de modo que possam tomar-lhes a presa. Imagine, sabe-se que em alguns casos elas afugentaram leões de sua refeição! Como conseguem isso? Esses animais barulhentos trabalham freneticamente na tentativa de perturbar os leões que estão se alimentando. Se eles ignoram o barulho, as hienas ficam mais agitadas e ousadas. Acabou-se a tranqüilidade! Daí, os felinos em geral abandonam a carcaça e deixam a área.

A busca por comida é um ritual complicado para as abelhas. Estudos científicos complexos revelaram que, dançando, a abelha informa à colméia a localização, o tipo e até a qualidade do alimento encontrado. A abelha carrega no corpo amostras do alimento, como néctar ou pólen, para as outras abelhas da colméia. Ela executa uma dança em forma de oito e, desse modo, dirige as outras à fonte de alimento e indica a distância a ser coberta. Cuidado! Aquela abelha pairando perto deve estar obtendo informações importantes para levar para casa. Talvez tenha confundido o perfume que você está usando com a próxima refeição dela!

Predadores!

Estamos em meados de julho. No imenso Parque Nacional Serengeti, na Tanzânia, milhares e milhares de gnus estão indo para o norte em busca de pastagens mais verdejantes na Reserva de Caça Masai Mara, no Quênia. As planícies ecoam ao som dos cascos, durante esta migração anual. Mas o perigo está à espreita, ao longo do caminho. O percurso está repleto de animais predatórios como o leão, o chitá, a hiena e o leopardo. Os gnus também se arriscam ao atravessar o rio Mara, infestado de crocodilos. Como os gnus conseguem afastar os predadores?

Para confundir o inimigo, o gnu corre uma distância pequena, então dá meia-volta e encara o inimigo, sempre agitando a cabeça de um lado para outro. Ele salta de maneira esquisita, num show lúdicro. Até o pior predador se detém, surpreso com essa dança desajeitada. Se o predador insistir em se aproximar, o gnu repetirá a apresentação. Isso confunde tanto o intruso, que às vezes ele abandona a caçada depois do espetáculo. A dança deselegante concedeu ao gnu a distinção duvidosa de ser o palhaço das planícies.

Os “primos” menores do gnu, as impalas, são conhecidos por seus saltos gigantescos. Para muitos, esses saltos nas alturas podem ser sinônimo de graça e velocidade. Numa ocasião de perigo, porém, esse antílope usa suas técnicas de “vôo” nas alturas, dificultando as coisas para o predador que tenta agarrá-lo pelas pernas. Os saltos, que podem chegar a nove metros de distância, dão ao atacante uma mensagem clara: “Siga-me, se puder!” Poucos predadores têm vontade de fazer isso só para tentar capturar a impala que demonstra tanta má vontade.

A língua da selva — segredos da comunicação entre os animais

DO REDATOR DE DESPERTAI! NO QUÊNIA

A COMUNICAÇÃO é, sem dúvida, um dos dons mais preciosos dados ao homem. Por meio dela passamos informações vitais uns aos outros. A comunicação pode ser verbal ou não-verbal, como os gestos. A liberdade de expressão é, de fato, um assunto muito debatido em toda a Terra. Portanto, alguns presumiram que a comunicação é uma prerrogativa do homem.

Porém, as pesquisas mostram que os animais trocam informações de maneiras intrincadas, que geralmente deixam o homem perplexo. Sim, eles “falam”, não com palavras, mas com sinais visuais como abanar a cauda, contorcer uma orelha, ou bater as asas. Outras formas de comunicação envolvem a emissão de voz. Podemos citar como exemplos o latido, o rugido, o rosnado, o canto dos pássaros. Algumas formas de “linguagem” são óbvias para os humanos, mas outras requerem muito estudo científico para serem detectadas.

sábado, 29 de maio de 2010

Ajuda a animais maltratados pelo homem

Por um membro da redação

ALGUNS deles são ex-animais de estimação. Outros foram maltratados, arrancados de seus pais ou feridos. Ainda outros foram confiscados pelas autoridades municipais, estaduais ou federais. Nem todos são nativos dos Estados Unidos; muitos são exóticos animais carentes. Alguns tiveram suas garras e dentes arrancados, foram castrados ou mutilados pela desnutrição ou pela crueldade de anteriores donos. Todos eles encontraram abrigo e ajuda no Wildlife Waystation (posto de assistência à vida animal). Seu orgulho é: “O Wildlife Waystation nunca rejeitou um animal carente!”

Minha visita ali em agosto de 1981 convenceu-me de que seu orgulho é justificado.

Após termos subido de carro vários quilômetros no canyon Little Tujunga nos montes San Gabriel, ao norte de Los Angeles, E.U.A., eu e um fotógrafo chegamos a esse cercado animal de uns 65 hectares. Fomos recepcionados por uma jovem bronzeada e saudável — Martine Colette, fundadora e presidente dessa entidade de assistência a animais, não-lucrativa e isenta de impostos. (Os visitantes são recebidos apenas por acordo de antemão.) Com amabilidade, competência e desembaraço, ela guiou-nos em nossa excursão pelo Wildlife Waystation.

“Este é Cowboy (vaqueiro)”, disse Martine, ao pararmos na primeira jaula. Nela estava um grande e bonito leão-da-montanha (puma).

“Este animal tinha seis meses quando foi encontrado numa loja de animais, mal nutrido e com dentes estragados — felizmente era sua primeira dentição. Agora está em perfeitas condições e mentalmente bem-disposto.”

“Mas esse nome, Cowboy?”, perguntei, hesitando.

Ela riu. “Quando ele era pequeno eu o deixava solto com os cavalos. Ele gostava de correr atrás deles. Naquele tempo os cavalos não se importavam com isso. Agora não iriam mais gostar disso.”

Parque ameaçado

Muitos problemas ligados à conservação da fauna são causados pelo homem. Devido ao chamado progresso, o Parque Nacional de Nairóbi pode logo acabar caindo no esquecimento. Nairóbi, a cidade que deu ao parque renome mundial, continua a se expandir, deixando um espaço cada vez menor para os animais. Ao passo que cada vez mais pessoas se estabelecem na área urbana, a demanda por espaço continua a aumentar, e os animais ficam cada vez mais restritos. Efluentes de fábricas próximas também ameaçam todas as formas de vida do parque.

Outro fator essencial para a sobrevivência do parque é a disponibilidade de uma rota migratória para alguns animais. Grande parte da reserva é cercada para impedir que animais entrem na cidade. Intensas atividades agrícolas e pecuárias estão estreitando cada vez mais a pequena área não-cercada na parte sul do parque. Se esse trecho for todo tomado por atividades humanas, os resultados poderão ser trágicos. Os animais que saem do parque em busca de pastagens talvez nunca mais consigam retornar. Para salvar a rota migratória, o Serviço de Proteção à Vida Selvagem do Quênia, a principal entidade de proteção da fauna do país, arrendou terras adjacentes ao parque. Apesar dos problemas, todo ano o Parque Nacional de Nairóbi continua a atrair milhares de visitantes que vêm apreciar os seus fascinantes contrastes.

Paraíso dos visitantes

Em comparação com outras reservas da África Oriental, o Parque Nacional de Nairóbi é relativamente pequeno. Calcula-se que abranja uma área de 117 quilômetros quadrados, e a entrada principal fica a menos de 10 quilômetros do centro de Nairóbi. Mas a fama se deve justamente ao seu tamanho. Poucos lugares na Terra oferecem ao visitante a vista panorâmica proporcionada por essa reserva natural — um contraste raro entre a cidade em rápido desenvolvimento e as savanas africanas.

Visto que a área é pequena em comparação com outros parques e reservas, é possível observar uma concentração bem maior de animais de grande porte, com exceção do elefante. Existem ali 100 espécies de mamíferos e mais de 400 espécies de aves. O parque fica perto da rota de aproximação para o aeroporto internacional de Nairóbi.

Quem visita Nairóbi pode pegar um carro saindo do conforto de um hotel moderno na cidade, passar por impressionantes prédios de escritórios e chegar em questão de minutos a milenares planícies, matagais e florestas. Ali, podem-se ver leões e outros predadores em ação. A vista desses animais perseguindo a presa, tendo como fundo um perfil de reluzentes arranha-céus urbanos, é uma cena marcante.

A vida selvagem prolifera no parque. Há búfalos, leopardos, guepardos, girafas, macacos, centenas de antílopes e o raro rinoceronte-negro, ameaçado de extinção. A maioria deles são residentes permanentes. Na estação seca, que vai de fevereiro a março e de agosto a setembro, grandes rebanhos de animais migratórios, como os gnus, podem ser vistos ao redor dos muitos bebedouros.

Em alguns desses locais, apropriadamente conhecidos como bebedouros dos hipopótamos, grupos desses gigantes corpulentos ficam submersos o dia inteiro, saindo para se alimentar à noite. Perto dali há trilhas naturais onde a pessoa pode deixar o veículo e dar uma caminhada. Mas cuidado: esses passeios podem ser muito perigosos, uma vez que alguns bebedouros abrigam crocodilos predadores, que costumam ficar deitados nas margens, sendo despercebidos por visitantes incautos! Para evitar ser almoço de crocodilos, é bom andar na companhia de guardas do parque.

A relação ornitológica parece uma lista de “quem é quem” do mundo das aves. O avestruz — a maior ave viva do mundo, com os seus mais de dois metros de altura — é um morador antigo do parque. O mal-afamado abutre plana nas alturas dos céus urbanos, cumprindo sua missão de ave necrófaga. Essa ave desajeitada é um eficiente agente sanitário do ambiente natural, eliminando qualquer carniça que poderia contaminar outros animais com bactérias prejudiciais.

Ocasionalmente, você talvez aviste um secretário, assim chamado porque possui na parte posterior da cabeça um penacho que lembra as penas usadas antigamente pelos secretários. Sempre com pressa, o secretário parece estar correndo de um compromisso para outro. Outras aves incluem a ave-martelo, o grou-coroado, o jabiru-africano e a garça-boieira.

A reserva, embora relativamente pequena, é uma obra-prima ecológica. No lado ocidental a floresta ocupa quase 6% da área, e a precipitação pluviométrica é de 700 milímetros a 1.100 milímetros por ano. Nesse trecho da mata vê-se uma profusão de árvores, que incluem a Calodendrum capense e a bela cróton. Enormes planícies, vales e elevações cobrem as partes sul e leste, onde a precipitação pluviométrica oscila entre 500 e 700 milímetros anuais. Espécimes vegetais como Themeda triandra, balanites, Acokanthera schimperi e diversos tipos de acácias conferem ao local todas as características das savanas.

Os magníficos paredões de pedra maciça que descem uns 100 metros até o chão do vale representam um desafio para os praticantes de rapel — pelo menos aos que se dispõem a se aventurar ali.

Dificuldades iniciais

Diversos obstáculos tiveram de ser vencidos para a criação do parque, uma reserva onde os animais vivem protegidos em seu ambiente natural. Até fins do século 19, eles viviam livres na natureza, ocupando um amplo espaço da África Oriental. O povo local sempre conviveu bem com os animais selvagens, pastando seus rebanhos próximos a eles. Muitos até mesmo consideravam certos animais como “gado de reserva”.

Mas caçadores de animais de grande porte passaram a afluir ao país, armados de rifles, muitos deles desejosos de coletar o maior número possível de troféus de caça. Entre eles estava o ex-presidente Theodore Roosevelt, dos Estados Unidos, que veio ao Quênia em 1909 a fim de coletar espécimes para museus de história natural. Acompanhado de 600 carregadores e caçadores profissionais, abateu mais de 500 animais, enviando a pele para o seu país. Por volta da mesma época, houve outro caçador famoso, Edward, o príncipe de Gales. Foram eles que popularizaram os safáris de caça de animais de grande porte. Naturalmente, rifles eram mais eficientes e precisos do que os tradicionais arco e flecha.

A conclusão da famosa Linha Lunática, como era então conhecida a ferrovia que ligava o Quênia a Uganda, fez com que surgissem povoados em torno de Nairóbi, restringindo ainda mais a liberdade dos animais selvagens. Parecia que eles estavam com os seus dias contados.

Então, na década de 30, levantaram-se algumas vozes em defesa dos animais. Archie Ritchie, guarda de reserva florestal da época, e Mervyn Cowie, um contador, estavam entre os ativistas. Eles realizaram uma intensa campanha por meio de reuniões e da mídia, solicitando às autoridades coloniais a criação de um parque nacional a fim de reduzir — ou mesmo impedir — a destruição arbitrária de animais. O governo relutou em adotar a idéia de reservar uma região para o objetivo exclusivo de preservar a flora e a fauna numa área que estava se transformando no maior centro urbano da África Oriental.

Os esforços de conservação foram mais uma vez obstados durante a Segunda Guerra Mundial, quando as sessões de treinamento das tropas danificaram ainda mais o local onde hoje fica o parque. Os animais também sofreram baixas na guerra. A presença constante de soldados na área fez com que eles perdessem o medo do homem, aumentando a probabilidade de passarem a devorar pessoas. Para prevenir esse tipo de tragédia, alguns deles, como a famosa leoa Lulu e seu belo bando, foram mortos.

No entanto, quando as autoridades se tornaram mais favoráveis, muitos obstáculos foram vencidos e os conservacionistas conseguiram suas reivindicações. Finalmente, depois de um longo e tumultuado período de deliberação, criou-se o Parque Nacional de Nairóbi, o primeiro do gênero na África Oriental. O parque foi inaugurado em 16 de dezembro de 1946, por Sir Philip Mitchell, na época o governador colonial do Quênia.

Parque Nacional de Nairóbi — onde os animais vivem livres

DO REDATOR DE DESPERTAI! NO QUÊNIA

SÃO seis e meia da manhã. O sol nasce no horizonte com todo o seu esplendor, como uma enorme bola de fogo reluzente. Anunciando o início de um novo dia, os raios penetram nas janelas de vidro dos prédios altos de escritórios, conferindo-lhes uma bela tonalidade dourada. Não muito longe dali, desenrola-se um emocionante drama da natureza.

Um leão está à espreita de um impala já por algum tempo, escondendo-se entre o capim alto. Pressentindo o perigo, o jovem antílope sai em disparada, e o leão vai no seu encalço. Segue-se uma perseguição feroz. Se conseguir alcançar a presa, o leão fará valer a chamada lei da selva, executando o pobre antílope para o seu almoço.

Essas cenas de caça e sobrevivência se repetem todo dia no Parque Nacional de Nairóbi, que fica próximo da capital do Quênia, Nairóbi. Ali, os animais ficam tão perto dos vizinhos humanos que em 1962 um leão foi visto rondando um hotel de luxo, como que reivindicando seu antigo território. Como foi que pessoas e animais selvagens passaram a compartilhar esse habitat?