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sábado, 29 de maio de 2010

Ajuda a animais maltratados pelo homem

Por um membro da redação

ALGUNS deles são ex-animais de estimação. Outros foram maltratados, arrancados de seus pais ou feridos. Ainda outros foram confiscados pelas autoridades municipais, estaduais ou federais. Nem todos são nativos dos Estados Unidos; muitos são exóticos animais carentes. Alguns tiveram suas garras e dentes arrancados, foram castrados ou mutilados pela desnutrição ou pela crueldade de anteriores donos. Todos eles encontraram abrigo e ajuda no Wildlife Waystation (posto de assistência à vida animal). Seu orgulho é: “O Wildlife Waystation nunca rejeitou um animal carente!”

Minha visita ali em agosto de 1981 convenceu-me de que seu orgulho é justificado.

Após termos subido de carro vários quilômetros no canyon Little Tujunga nos montes San Gabriel, ao norte de Los Angeles, E.U.A., eu e um fotógrafo chegamos a esse cercado animal de uns 65 hectares. Fomos recepcionados por uma jovem bronzeada e saudável — Martine Colette, fundadora e presidente dessa entidade de assistência a animais, não-lucrativa e isenta de impostos. (Os visitantes são recebidos apenas por acordo de antemão.) Com amabilidade, competência e desembaraço, ela guiou-nos em nossa excursão pelo Wildlife Waystation.

“Este é Cowboy (vaqueiro)”, disse Martine, ao pararmos na primeira jaula. Nela estava um grande e bonito leão-da-montanha (puma).

“Este animal tinha seis meses quando foi encontrado numa loja de animais, mal nutrido e com dentes estragados — felizmente era sua primeira dentição. Agora está em perfeitas condições e mentalmente bem-disposto.”

“Mas esse nome, Cowboy?”, perguntei, hesitando.

Ela riu. “Quando ele era pequeno eu o deixava solto com os cavalos. Ele gostava de correr atrás deles. Naquele tempo os cavalos não se importavam com isso. Agora não iriam mais gostar disso.”

Parque ameaçado

Muitos problemas ligados à conservação da fauna são causados pelo homem. Devido ao chamado progresso, o Parque Nacional de Nairóbi pode logo acabar caindo no esquecimento. Nairóbi, a cidade que deu ao parque renome mundial, continua a se expandir, deixando um espaço cada vez menor para os animais. Ao passo que cada vez mais pessoas se estabelecem na área urbana, a demanda por espaço continua a aumentar, e os animais ficam cada vez mais restritos. Efluentes de fábricas próximas também ameaçam todas as formas de vida do parque.

Outro fator essencial para a sobrevivência do parque é a disponibilidade de uma rota migratória para alguns animais. Grande parte da reserva é cercada para impedir que animais entrem na cidade. Intensas atividades agrícolas e pecuárias estão estreitando cada vez mais a pequena área não-cercada na parte sul do parque. Se esse trecho for todo tomado por atividades humanas, os resultados poderão ser trágicos. Os animais que saem do parque em busca de pastagens talvez nunca mais consigam retornar. Para salvar a rota migratória, o Serviço de Proteção à Vida Selvagem do Quênia, a principal entidade de proteção da fauna do país, arrendou terras adjacentes ao parque. Apesar dos problemas, todo ano o Parque Nacional de Nairóbi continua a atrair milhares de visitantes que vêm apreciar os seus fascinantes contrastes.

Paraíso dos visitantes

Em comparação com outras reservas da África Oriental, o Parque Nacional de Nairóbi é relativamente pequeno. Calcula-se que abranja uma área de 117 quilômetros quadrados, e a entrada principal fica a menos de 10 quilômetros do centro de Nairóbi. Mas a fama se deve justamente ao seu tamanho. Poucos lugares na Terra oferecem ao visitante a vista panorâmica proporcionada por essa reserva natural — um contraste raro entre a cidade em rápido desenvolvimento e as savanas africanas.

Visto que a área é pequena em comparação com outros parques e reservas, é possível observar uma concentração bem maior de animais de grande porte, com exceção do elefante. Existem ali 100 espécies de mamíferos e mais de 400 espécies de aves. O parque fica perto da rota de aproximação para o aeroporto internacional de Nairóbi.

Quem visita Nairóbi pode pegar um carro saindo do conforto de um hotel moderno na cidade, passar por impressionantes prédios de escritórios e chegar em questão de minutos a milenares planícies, matagais e florestas. Ali, podem-se ver leões e outros predadores em ação. A vista desses animais perseguindo a presa, tendo como fundo um perfil de reluzentes arranha-céus urbanos, é uma cena marcante.

A vida selvagem prolifera no parque. Há búfalos, leopardos, guepardos, girafas, macacos, centenas de antílopes e o raro rinoceronte-negro, ameaçado de extinção. A maioria deles são residentes permanentes. Na estação seca, que vai de fevereiro a março e de agosto a setembro, grandes rebanhos de animais migratórios, como os gnus, podem ser vistos ao redor dos muitos bebedouros.

Em alguns desses locais, apropriadamente conhecidos como bebedouros dos hipopótamos, grupos desses gigantes corpulentos ficam submersos o dia inteiro, saindo para se alimentar à noite. Perto dali há trilhas naturais onde a pessoa pode deixar o veículo e dar uma caminhada. Mas cuidado: esses passeios podem ser muito perigosos, uma vez que alguns bebedouros abrigam crocodilos predadores, que costumam ficar deitados nas margens, sendo despercebidos por visitantes incautos! Para evitar ser almoço de crocodilos, é bom andar na companhia de guardas do parque.

A relação ornitológica parece uma lista de “quem é quem” do mundo das aves. O avestruz — a maior ave viva do mundo, com os seus mais de dois metros de altura — é um morador antigo do parque. O mal-afamado abutre plana nas alturas dos céus urbanos, cumprindo sua missão de ave necrófaga. Essa ave desajeitada é um eficiente agente sanitário do ambiente natural, eliminando qualquer carniça que poderia contaminar outros animais com bactérias prejudiciais.

Ocasionalmente, você talvez aviste um secretário, assim chamado porque possui na parte posterior da cabeça um penacho que lembra as penas usadas antigamente pelos secretários. Sempre com pressa, o secretário parece estar correndo de um compromisso para outro. Outras aves incluem a ave-martelo, o grou-coroado, o jabiru-africano e a garça-boieira.

A reserva, embora relativamente pequena, é uma obra-prima ecológica. No lado ocidental a floresta ocupa quase 6% da área, e a precipitação pluviométrica é de 700 milímetros a 1.100 milímetros por ano. Nesse trecho da mata vê-se uma profusão de árvores, que incluem a Calodendrum capense e a bela cróton. Enormes planícies, vales e elevações cobrem as partes sul e leste, onde a precipitação pluviométrica oscila entre 500 e 700 milímetros anuais. Espécimes vegetais como Themeda triandra, balanites, Acokanthera schimperi e diversos tipos de acácias conferem ao local todas as características das savanas.

Os magníficos paredões de pedra maciça que descem uns 100 metros até o chão do vale representam um desafio para os praticantes de rapel — pelo menos aos que se dispõem a se aventurar ali.

Dificuldades iniciais

Diversos obstáculos tiveram de ser vencidos para a criação do parque, uma reserva onde os animais vivem protegidos em seu ambiente natural. Até fins do século 19, eles viviam livres na natureza, ocupando um amplo espaço da África Oriental. O povo local sempre conviveu bem com os animais selvagens, pastando seus rebanhos próximos a eles. Muitos até mesmo consideravam certos animais como “gado de reserva”.

Mas caçadores de animais de grande porte passaram a afluir ao país, armados de rifles, muitos deles desejosos de coletar o maior número possível de troféus de caça. Entre eles estava o ex-presidente Theodore Roosevelt, dos Estados Unidos, que veio ao Quênia em 1909 a fim de coletar espécimes para museus de história natural. Acompanhado de 600 carregadores e caçadores profissionais, abateu mais de 500 animais, enviando a pele para o seu país. Por volta da mesma época, houve outro caçador famoso, Edward, o príncipe de Gales. Foram eles que popularizaram os safáris de caça de animais de grande porte. Naturalmente, rifles eram mais eficientes e precisos do que os tradicionais arco e flecha.

A conclusão da famosa Linha Lunática, como era então conhecida a ferrovia que ligava o Quênia a Uganda, fez com que surgissem povoados em torno de Nairóbi, restringindo ainda mais a liberdade dos animais selvagens. Parecia que eles estavam com os seus dias contados.

Então, na década de 30, levantaram-se algumas vozes em defesa dos animais. Archie Ritchie, guarda de reserva florestal da época, e Mervyn Cowie, um contador, estavam entre os ativistas. Eles realizaram uma intensa campanha por meio de reuniões e da mídia, solicitando às autoridades coloniais a criação de um parque nacional a fim de reduzir — ou mesmo impedir — a destruição arbitrária de animais. O governo relutou em adotar a idéia de reservar uma região para o objetivo exclusivo de preservar a flora e a fauna numa área que estava se transformando no maior centro urbano da África Oriental.

Os esforços de conservação foram mais uma vez obstados durante a Segunda Guerra Mundial, quando as sessões de treinamento das tropas danificaram ainda mais o local onde hoje fica o parque. Os animais também sofreram baixas na guerra. A presença constante de soldados na área fez com que eles perdessem o medo do homem, aumentando a probabilidade de passarem a devorar pessoas. Para prevenir esse tipo de tragédia, alguns deles, como a famosa leoa Lulu e seu belo bando, foram mortos.

No entanto, quando as autoridades se tornaram mais favoráveis, muitos obstáculos foram vencidos e os conservacionistas conseguiram suas reivindicações. Finalmente, depois de um longo e tumultuado período de deliberação, criou-se o Parque Nacional de Nairóbi, o primeiro do gênero na África Oriental. O parque foi inaugurado em 16 de dezembro de 1946, por Sir Philip Mitchell, na época o governador colonial do Quênia.

Parque Nacional de Nairóbi — onde os animais vivem livres

DO REDATOR DE DESPERTAI! NO QUÊNIA

SÃO seis e meia da manhã. O sol nasce no horizonte com todo o seu esplendor, como uma enorme bola de fogo reluzente. Anunciando o início de um novo dia, os raios penetram nas janelas de vidro dos prédios altos de escritórios, conferindo-lhes uma bela tonalidade dourada. Não muito longe dali, desenrola-se um emocionante drama da natureza.

Um leão está à espreita de um impala já por algum tempo, escondendo-se entre o capim alto. Pressentindo o perigo, o jovem antílope sai em disparada, e o leão vai no seu encalço. Segue-se uma perseguição feroz. Se conseguir alcançar a presa, o leão fará valer a chamada lei da selva, executando o pobre antílope para o seu almoço.

Essas cenas de caça e sobrevivência se repetem todo dia no Parque Nacional de Nairóbi, que fica próximo da capital do Quênia, Nairóbi. Ali, os animais ficam tão perto dos vizinhos humanos que em 1962 um leão foi visto rondando um hotel de luxo, como que reivindicando seu antigo território. Como foi que pessoas e animais selvagens passaram a compartilhar esse habitat?

sábado, 22 de maio de 2010

O RUGIDO do leão

  O LEÃO é famoso por sua exclusiva habilidade vocal de fazer soar um rugido que pode ser ouvido a quilômetros. O rugido do leão é considerado um “dos mais impressionantes sons naturais”. O leão ruge, em geral, à noite ou ao amanhecer. Tanto o macho como a fêmea rugem e, às vezes, o bando inteiro dá um rugido comunitário.

  Os cientistas que estudam o leão acham que o rugido tem diversas finalidades. Os machos rugem para avisar sobre os limites do seu território e para mostrar agressividade, alertando outros machos que talvez entrem no seu território. Apropriadamente, a Bíblia refere-se aos agressivos, orgulhosos e gananciosos governantes da Assíria e de Babilônia como “leões novos, jubados” que, rugindo, se opunham violentamente ao povo de Deus e o devoravam. — Isaías 5:29; Jeremias 50:17.

  O rugido permite que os membros do bando se localizem quando separados pela distância ou escuridão. Depois da captura de uma presa, o rugido avisa outros membros do bando do local da refeição. Sobre essa característica, a Bíblia comenta: “Fará o leão novo jubado ouvir a sua voz desde o seu esconderijo se não tiver apanhado nada?” — Amós 3:4.

  Surpreendentemente, ao caçar animais selvagens, o leão não usa o rugido como estratégia de caça para assustar a presa. No livro The Behavior Guide to African Mammals (Guia de Comportamento dos Mamíferos Africanos), Richard Estes menciona que não há “nenhum indício de que o leão ruja deliberadamente para levar a presa para uma emboscada (pela experiência que tenho, as espécies que lhe servem de alimento em geral ignoram seus rugidos)”.

  Então, por que a Bíblia se refere a Satanás como ‘leão que ruge, e que procura a quem devorar’? (1 Pedro 5:8) Embora animais selvagens aparentemente não se intimidem com o rugido do leão, isso não acontece com o homem e seus rebanhos domésticos. O som aterrorizante do rugido do leão, ressoando na escuridão da noite, assustaria e intimidaria quem não estivesse protegido atrás duma porta trancada. Há muito tempo, foi dito apropriadamente: “Há um leão que [rugiu]! Quem não terá medo?” — Amós 3:8.

  Satanás usa habilmente o medo para intimidar as pessoas e torná-las submissas. Felizmente, o povo de Deus tem um aliado poderoso. Com forte fé no apoio de Deus, eles têm êxito em resistir a esse poderoso “leão que ruge”. Incentiva-se os cristãos a ‘tomar sua posição contra ele, sólidos na fé’. — 1 Pedro 5:9.

A caça

Muito tempo atrás o majestoso leão vagava por todo o continente africano e em algumas partes da Ásia, Europa, Índia e Palestina. Como é predador, compete com o homem. Visto que ameaça o gado e as pessoas, essas passaram a matá-lo sempre que o avistavam. A crescente população humana reduziu muito o habitat do leão. Fora da África, há poucas centenas de leões selvagens atualmente. O leão está agora a salvo do homem apenas em áreas de proteção e parques naturais.

Felizmente, mudanças aguardam esse animal magnífico. A Bíblia descreve o futuro quando o leão viverá em paz com o homem. (Isaías 11:6-9) Nosso amoroso Criador logo tornará isso realidade. Então, o majestoso felino jubado da África viverá em paz e harmonia com o restante da criação.

O caçador

No fim da tarde, a savana abrasada pelo sol começa a refrescar. As três leoas do bando que observamos começam a se levantar da sesta do meio do dia. Com fome, os felinos começam a se mover, cheirando o ar e observando a savana amarelada. É o pico da migração dos gnus e dezenas de milhares desses antílopes desajeitados pastam tranqüilamente ao sul de onde estamos. As três felinas vão naquela direção. Elas se separam e rastejam, imperceptíveis, no terreno acidentado. Os felinos amarelados ficam quase invisíveis no meio do capim alto e se aproximam da manada, sem que ela perceba, até 30 metros. Decidem então iniciar o ataque. Numa arrancada súbita e rápida, correm para a massa de gnus assustados. A manada estoura em todas as direções e os animais, com o olhar apavorado, fogem para salvar a vida. Centenas de cascos pulverizam a terra, levantando uma nuvem de poeira vermelha. Quando a poeira baixa, vemos as três leoas de pé, sozinhas, ofegando muito. A presa escapou. Talvez à noite tenham outra oportunidade para caçar, talvez não. Embora seja ágil e rápido, o leão só tem êxito em 30% das tentativas de capturar a presa. Assim, a fome é uma das grandes ameaças para o leão.

A força dos leões adultos é admirável. Caçando em bando, sabe-se que eles conseguem capturar e matar animais de mais de 1.300 quilos. No início da perseguição, o leão atinge uma velocidade de até uns 60 quilômetros por hora, mas não consegue mantê-la por muito tempo. Por isso, ao caçar para conseguir a comida ele rasteja e fica de tocaia. As leoas apanham 90% da caça, mas os machos maiores é que, em geral, ficam com a “parte do leão” quando começa a refeição. Quando há pouca caça, às vezes os leões ficam tão famintos que não deixam nem os próprios filhotes comerem a presa.

Simba: um felino sociável

O leão é um dos felinos mais sociáveis que existe. Gosta de viver em famílias, ou bandos, que podem ter apenas alguns membros ou mais de 30. O bando é formado de algumas leoas que podem ser parentas próximas. Elas vivem, caçam e dão à luz juntas. Essa união, que pode durar a vida toda, é a base da unidade familiar dos leões e assegura sua sobrevivência.

Cada bando tem um ou mais machos adultos que patrulham e demarcam o território com seu cheiro. Da ponta do focinho negro à extremidade do tufo na cauda, esses animais magníficos podem medir mais de três metros e pesar mais de 220 quilos. Embora os machos dominem o bando, são as fêmeas que lideram. Em geral, são elas que iniciam as atividades, como ir para uma área de sombra ou começar a caçada.

É comum as leoas darem à luz a cada dois anos. Os filhotes nascem totalmente indefesos. Criá-los é um projeto comunitário e todas as fêmeas protegem e amamentam os filhotes do bando. Eles crescem rápido; aos dois meses já estão correndo e brincando. Rolando uns sobre os outros como gatinhos, eles lutam, saltam sobre os amiguinhos e pulam no meio do capim alto. Gostam de tudo que se mexe. Perseguem borboletas e outros insetos, e atacam varetas e plantas trepadeiras. E não resistem quando a mãe movimenta a cauda, o que ela faz de propósito para eles brincarem.

Cada bando vive num território bem definido que pode estender-se por muitos hectares. Os leões gostam de áreas altas onde há bastante água, bem como sombra contra o sol forte do meio-dia. Vivem entre elefantes, girafas, búfalos e outros animais da planície. A vida dos leões se divide entre longas horas de sono e períodos curtos de caçada e acasalamento. De fato, por incrível que pareça, os leões descansam, dormem ou ficam sentados 20 horas por dia. Dormindo profundamente, parecem dóceis e domesticados. Mas não se engane! Os leões estão entre os mais ferozes animais selvagens.

Uma criatura intrigante e fascinante

Talvez nenhum animal tenha atiçado mais a imaginação do homem do que o leão. Há muito tempo, artistas africanos pintavam em rochas imagens de leões caçando. Palácios e templos antigos eram ornamentados com enormes estátuas de pedra representando leões jubados. Hoje, as pessoas vão aos zoológicos para ver esses felinos fascinantes. O leão tem recebido destaque em livros e filmes, como Born Free (no Brasil, A História de Elsa), o relato verídico sobre um filhote órfão de leão criado em cativeiro e por fim solto. E algumas histórias, meio fato, meio fantasia, o descrevem como um malévolo devorador de homens. Não admira que o leão seja uma criatura tão intrigante e fascinante.

O leão pode ser extremamente feroz e, às vezes, tão manso e brincalhão como um gatinho. Ele ronrona baixinho quando está contente, mas também pode rugir tão alto que chega a ser ouvido a oito quilômetros. Às vezes, parece preguiçoso e letárgico, mas pode-se mover a velocidades surpreendentes. Para o homem, o leão tornou-se símbolo de coragem e costuma-se dizer que quem é valente é corajoso como um leão.

O leão: majestoso felino jubado da África

Do Correspondente de “Despertai!” no Quênia

O SOL está nascendo na planície de Serengeti, na África. Sentados no nosso veículo, no período fresco da manhã, observamos um bando de leoas e seus filhotes. Seu pêlo amarelo-acastanhado e liso se confunde muito bem com o capim alto e seco. Os filhotinhos são brincalhões e cheios de energia. Pulam e brincam perto das grandes fêmeas, que parecem não ligar muito para as palhaçadas deles.

De repente, o bando fica “paralisado”. Todos os olhos voltam-se para longe. Do nosso ponto de observação elevado, seguimos o olhar deles e descobrimos o que lhes chamou a atenção. A luz da manhã revela a forma magnífica de um leão enorme. Nossos olhares e o dele se cruzam. Sentimos um arrepio, não por causa do frescor da manhã, mas por saber que ele nos observa. Sua aparência é atemorizante, porém bonita. Uma grande juba dourada com traços negros emoldura a enorme cabeça. Os grandes olhos alertas são cor de âmbar. Mas a família chama-lhe a atenção e ele, devagar, se vira e vai na sua direção.

Avança de forma imponente, quase régia. Sem olhar para nós outra vez, passa bem em frente ao veículo e se junta às fêmeas e aos filhotes. Todos se levantam para cumprimentá-lo e, um por um, esfregam a cara no seu focinho imponente, uma típica saudação felina. O macho vai para o meio do bando, joga-se no chão aparentemente exausto da caminhada e vira-se com a barriga para cima. Sua letargia é contagiante e logo o bando inteiro dorme leve sob os primeiros raios do quente sol da manhã. São a própria imagem da paz e satisfação em meio ao capim dourado, envergado pelo vento na planície.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Que dizer da correção, quando necessária?

“Uma combinação de correção e recompensa é mais eficaz do que apenas a correção. O cão está sendo elogiado pelo bom comportamento, e, ao mesmo tempo, está sendo corrigido pelo mau comportamento. Quando digo corrigido, não quero dizer bater nele. Trata-se duma reprimenda verbal, tal como ‘Não! Cachorro mau!’. Ele sente a sua desaprovação pelo tom de sua voz. Reforce o bom comportamento por recompensas — não por guloseimas, mas por elogios, acompanhados de afagos aprovadores. Isso funciona melhor do que ‘broncas’. E não use o nome de seu cão quando o disciplina — você está punindo o comportamento dele, e não a ele.”

Retornemos, agora, às perguntas suscitadas no início deste artigo. O cruzamento deveras influi na disposição dos cães, e predetermina a agressividade e a mansidão deles. Mas o ambiente também desempenha um grande papel. O tratamento brando reduz a agressividade e reforça a mansidão. O tratamento duro aumenta a agressividade natural, e rompe o espírito de um cão de disposição mansa. A mesma raça pode ser criada e treinada para conduzir cegos ou para atacar um intruso. Uma combinação da natureza e da criação entra em operação. Mas a natureza básica do cão sempre está presente e, sob certas condições, poderá vir à tona. Uma situação estressante pode fazer com que uma disposição agressiva aflore de modo impredizível, ou fazer com que um cão extraordinariamente manso ceda, quando deveria estar protegendo a família.

Uma palavra final sobre os horrores das brigas de cães: Um fanático por brigas de cães disse a respeito de seus buldogues, que “a briga era o próprio fôlego de vida para eles”. Deu a entender que permitir-lhes brigar não era algo cruel, mas misericordioso. Eles morriam felizes, realizados, fazendo aquilo para o qual foram criados e treinados, afirmou. Em harmonia com este sentimento estranho, outro sádico devoto das brigas de cães ilegais teceu o seguinte comentário doentio: “Meus cães morrem com o rabo virado para o alto, e abanando-o.”

Eles também morrem com os ossos fraturados, orelhas despedaçadas, carne dilacerada, e com o sangue jorrando. As brigas duram de uma a três horas. Eles brigam até a morte. Randall Lockwood acrescenta esta pitada de ironia: “Não é incomum ouvir-se falar de cães que saem da arena e atacam os espectadores. Alguns de nossos investigadores já presenciaram isso.” O xerife Blackwood, de San Diego, EUA, diz: “Nós os temos visto, com ambas as patas dianteiras quebradas, arrastarem-se pela arena para brigar.” Será que estes cães também morrem com o rabo virado para o alto, abanando-o?

A coragem e a força dos buldogues são fenomenais. Quão repulsivo, quão triste, é que tal coragem e força sejam utilizadas de forma tão cruel e sádica — cães que são feitos bravos por terem sido instigados por homens ainda mais bravos! Por fim, Lockwood deplora tal ferocidade e suas conseqüências: “A briga de cães é a maior perversão do relacionamento pessoal que existe entre pessoas e cães. Trata-se de pessoas sujeitando os cães a incrível crueldade. E, atualmente, isso se transformou em cães que matam pessoas.”

A gente começa a refletir: será que os buldogues causaram mais danos às pessoas do que as pessoas causaram aos buldogues? Quão apropriadas são as palavras de Provérbios 12:10: “O justo importa-se com a alma do seu animal doméstico, mas as misericórdias dos iníquos são cruéis.”

É importante considerar a disposição do animal?

“É preciso levar em conta a disposição do animal. Existe grande diferença, em potencial, entre um cão e outro, ainda que da mesma raça. Os pastores-alemães usados como cães-guias são cruzados, visando a sua disposição. Precisam ser cães mansos, cautelosos, cães que possam ser utilizados perto de muitas pessoas diferentes. O pastor-alemão que deva ser treinado como cão de ataque — suspeitoso, intrépido, agressivo — precisa ter uma disposição diferente. Um cão alertador deve situar-se no meio-termo — animado, mas não excitável demais, calmo e firme, mas não hesitante.

“Acho que também é desejável obter-se o cão quando ainda é pequenino, macho ou fêmea — esta é, muitas vezes, mais fácil de controlar. Deixe-o crescer junto da família. Ele então sente que a família pertence a ele. É a sua família, e, à medida que ele vai crescendo, ele se torna muito protetor dela. É também importante ministrar-lhe algum treinamento quanto a obedecer. Pelo menos ensine-lhe algumas das ordens básicas, tais como quieto, sente-se, ajoelhe-se, venha cá, e deite-se. Comece enquanto ele ainda é bem jovem, em torno das oito semanas de idade.Nessa idade, ele se mostra muitíssimo sensível ao que você deseja, e é totalmente dependente de você, sendo ansioso de ganhar sua aceitação e seus elogios.”

Que espécie de cão recomendaria para a proteção da família?

“Primeiro de tudo, deixe-me dizer-lhe que, para isso, muitos pensam em termos de um cão de ataque treinado, ou um cão de guarda. Tais cães são perigosos de se ter em casa. São treinados para ser suspeitosos e impulsivos. São como se ter uma arma em casa — o resultado, no mais das vezes, é a tragédia, em vez de proteção. Com freqüência, tais cães feriram ou até mesmo mataram crianças na vizinhança, e, às vezes, até mesmo membros de sua própria família. E, se seu cão recebeu treinamento para ataque e já mordeu alguém, você se meteu em sérias dificuldades. Se processado, poderá ser julgado criminalmente responsável. O tribunal não olha com bons olhos para os cães treinados a morder. É muito insensato ter um cão de ataque treinado ou um cão de guarda no lar.

“Caso a família tenha decidido obter um cão para proteger-se, é muito melhor considerarem o que é chamado de cão alertador — um que o alerte quanto a problemas, e soe um alarme. O melhor cão para isto é um grande, com um latido grave, que soe feroz, e assuste os intrusos, mas o cão não está treinado para morder. Tal cão é um bom elemento dissuasivo, todavia, não constitui perigo para a família ou para os vizinhos.”

Por que alguns são bravos e outros são mansos

Em meses recentes, esses buldogues ganharam as manchetes nos Estados Unidos. São temidos por muitos como cães que atacam, aleijam e, às vezes, matam pessoas. São eles bravos por natureza, ou será que donos bravos os fazem ficar bravos? Tornam-se os cães bravos ou mansos através do cruzamento, ou do treinamento? Talvez se dê o mesmo que com as pessoas, havendo uma combinação destes fatores para fazer deles o que realmente são.

O REGISTRO de ocorrências parece-se a um implacável libelo acusatório contra uma espécie de buldogue conhecida por pit bull. Na Califórnia, James Soto, de dois anos, foi segurado por um desses buldogues, do vizinho, e mordido no rosto e no pescoço até morrer. Na Flórida, um buldogue enfiou-se no berço de um bebê adormecido e o matou. Na Geórgia, três buldogues mataram um garoto de quatro anos, quando ele atravessava o gramado dum vizinho. Uma menininha de um ano e quatro meses, em Oklahoma, passou perto de um buldogue acorrentado — o bicho de estimação da família — e morreu devido a graves ferimentos no pescoço. Em Michigan, Kyle Corullo, de um ano e oito meses, enquanto brincava no quintal da vovó, foi atacado por um buldogue. Lutando contra a mãe da criança, ele arrastou o menino para um terreno vazio e o sacudiu até matá-lo. Um buldogue que guardava uma plantação de maconha na Califórnia feriu de modo fatal a um menino de dois anos e meio. Um cachorro de uma família no Harlem (Nova Iorque) esmagou a cabeça de um bebezinho de dois meses. Sem avisar, um buldogue de estimação se voltou contra a menininha Melissa Larabee e a matou com uma única e forte dentada no pescoço.

Algumas das vítimas são adultos. Uma auxiliar de enfermeira de 67 anos, em Kansas, foi atacada em seu quintal, o corpo dela foi todo estropiado, e seu couro cabeludo foi arrancado. Os dois buldogues tinham sido treinados para atacar qualquer pessoa que portasse uma arma — ela tinha um jornal enrolado na mão. Ela morreu no hospital. Em Ohio, um médico aposentado, de 67 anos, foi morto por dois buldogues num ataque que durou 25 minutos. Um buldogue atacou um senhor desempregado enquanto ele observava alguns fogos de artifício em Rochester, Nova Iorque. Ele morreu no hospital.

A “Humane Society” [dedicada a animais] dos Estados Unidos afirma que, desde 1983, os buldogues já mataram 21 pessoas dentre as 29 que foram mortas por cães — 72 por cento foram mortas por 1 por cento dos cães daquela nação. Randall Lockwood, um perito da “Humane Society” sobre cães muito ferozes, afirma: “Estes animais podem ser crocodilos caninos. Possuem um histórico negro e sanguinário.”

Depois que instigar touros e ursos foi proibido na Inglaterra, em 1835, os mineiros de carvão do condado de Stafford cruzarem seus cães visando a briga de cães. Os buldogues da atualidade têm uma linhagem que remonta àquela época — daí seu nome atual, “American Staffordshire terriers”. São também chamados de “American pit bull terriers”.

Dotados de corpos atarracados e bem musculosos, e de fortes mandíbulas parecidas a armadilhas de aço que podem exercer uma pressão de 130 quilos por centímetro quadrado, os buldogues constituem formidáveis máquinas de briga. Com freqüência atacam em silêncio, sem ser provocados, e fixam as mandíbulas na vítima, à guisa dum torno, e daí sacodem-na e despedaçam-na como um tubarão. Muitas das vítimas têm sido os membros da família. Mas um entusiástico dono de três buldogues os elogia como ‘animais leais e de grandes qualidades, que dão excelentes bichos de estimação, especialmente para uma família com crianças pequenas’. Todavia, um de seus cães leais fincou os dentes no braço dele e obrigou-o a ficar hospitalizado por três dias.

No ano passado, a assistência nacional americana dum programa de televisão que via o noticiário noturno testemunhou um hediondo ataque contra Florence Crowell, policial do Departamento de Controle Animal de Los Angeles. Um buldogue chamado Benjamim lançou-se por uma porta de tela duma casa e esmagou uma das mãos dela, e feriu gravemente a outra. O animal foi violentamente afastado, mas atacou de novo e a mordeu no seio esquerdo. Ela tinha ido àquela casa investigar um ataque anterior feito pelo cão. Crowell ficou hospitalizada por cinco dias. A foto de Benjamim aparece na página 23, ao ser mantido no Departamento de Controle Animal de Los Angeles. Uma queixa criminal de agressão com uma arma mortífera foi feita contra o dono de Benjamim.

Nos últimos anos, a lista dos feridos por ataques de buldogues já chega aos milhares. Por causa disto, os donos deles têm lançado centenas de buldogues nas ruas, ou os entregado a canis especiais para serem mortos. Muitos de seus donos não mais se sentem seguros, e outros não se dispõem a ser processados criminalmente por causa da conduta de seus cães. Algumas seguradoras atualmente se recusam a fazer seguros de buldogues, dobermans, ou de pastores-alemães.

Ao passo que Randall Lockwood chamou os buldogues de “crocodilos caninos”, ele também disse: “O trágico é que nem todos esses cães são perigosos. Não é como se todo buldogue fosse uma pequena bomba-relógio que está prestes a explodir.” E isso, por certo, não acontece com o companheiro canino de um elenco de crianças nas velhas comédias intituladas Our Gang! Ele era um buldogue chamado Pete, com um círculo negro ao redor dum olho.

Típico dos defensores do buldogue é Sara Nugent, de Houston, Texas. Ela os cruza e cria já por 22 anos. “O problema não é dos cães, e sim de seus donos”, disse ela. Ela deveras observa, contudo, que “se trata de um cão mais difícil de se criar do que outros, e nem todos deveriam possuir um”. Andy Johnson, do Kennel Clube Unido afirma: “Se estiver criando buldogues como deveria, você terá um dos melhores animais de estimação que poderia imaginar.” Roy Carlberg, secretário-executivo do Kennel Clube Americano, é mais cauteloso. Ele afirma que ‘alguns buldogues são perfeitamente estáveis, ao passo que outros não conseguem controlar sua disposição violenta e sua força superior’.

Samuel McClain, ex-investigador da SPCA (sigla, em inglês, da Sociedade Protetora dos Animais) em Filadélfia, confirma o conceito de Nugent sobre a culpa caber ao dono: “Existe um novo tipo de buldogue que está surgindo — bravo, selvagem, incontrolável. Pode-se saber isso pelos seus nomes — Homicide (matador), Switchblade (navalhada), Crazy Pete (Pedro doidão). Eles cruzam o que chamamos de cães doidos, pai e filha, mãe e filho.” Não só o cruzamento familiar, mas também o treinamento que os cães recebem, estragaram a raça. Sessenta por cento dos 3.000 buldogues em Filadélfia são usados para brigas de cães. Para torná-los bravos, enquanto ainda são jovens, dão-se a alguns deles gatinhos e cãezinhos para despedaçar.

A briga de cães é ilegal em todos os 50 estados dos EUA e um grave delito em 36 deles, mas ‘pode-se achar uma briga de cães em qualquer fim de semana, em qualquer dos 50 estados’, afirma Eric Sakach, da “Humane Society” em Sacramento, Califórnia.

Os buldogues tornaram-se O Cão para os punks das ruas. Suas próprias inseguranças precisam do reforço machista que eles obtêm de tais animais que transformaram em bravos. O animal feroz é como uma extensão deles mesmos — “Somos durões, não se metam conosco!” Adolescentes em Chicago e em Filadélfia exibem seus ferozes buldogues como mostrariam uma navalha ou um revólver. Traficantes de tóxicos das ruas, nestas e em outras grandes cidades, mantêm tais cães junto de si, com nomes como Murder (assassino), Hitler, e Scarface (famoso bandido, com cicatriz no rosto]. Em suas coleiras com tachões de aço escondem cocaína e a renda do dia. Membros de bandos de motoqueiros escondem seus tóxicos embaixo das casinhas de seus buldogues.

Cometeram-se crimes nos quais se utilizaram buldogues como armas. Quando um homem, em Nova Jérsei, mandou que seu buldogue atacasse a polícia, ele foi condenado por possuir uma arma mortífera. Quando o assaltante Shabu Cooper mandou que seu buldogue atacasse um guarda de trânsito, ele foi indiciado pelo uso de uma arma letal. Um senhor em Michigan foi indiciado por cometer agressão com uma arma mortífera, quando seu buldogue atacou uma jovem de 12 anos.

Diversas municipalidades proibiram por lei que se tenha buldogues. Contudo, tais posturas municipais, visando uma raça específica, não foram aprovadas pelos tribunais. As leis que especificam “cães ferozes” parecem mais funcionais. “É preciso aprovar leis eficazes contra cães ferozes”, diz Sherl Blair, da faculdade de veterinária da Universidade de Tufts. Afinal de contas, o buldogue não é o único cão agressor, que ataca pessoas. Pastores-alemães, dobermans, rottweilers, akitas e chows também têm sua culpa. E milhares de buldogues, devidamente cruzados e treinados, são inocentes.

“Deveras, em famílias responsáveis”, dizia um artigo de The Wall Street Journal, “os buldogues podem ser bons animais de estimação. Seu lado brincalhão é suscitado de forma tão fácil como qualquer outra raça. Eles soltam poucos pêlos e é fácil dar banho neles e escová-los. E nem é preciso dizer que os buldogues são bons cães de guarda.”

Esta menção de cães de guarda suscita uma pergunta para aqueles que estão pensando em ter um cão como protetor da família. Que espécie deve ser ele? Entrevistamos um treinador profissional de cães, pedindo-lhe sugestões.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Gatos e Cães — e Você

Nem todos os adultos consideram as conseqüências de se acolher um outro “membro” na família. Nem sempre prevêem as inconveniências e as responsabilidades que um animal de estimação pode trazer. Isto pode dar-se especialmente no caso dos Estudantes da Bíblia, que levam uma vida tão ocupada no ministério cristão, e muitas vezes se ausentam para assistir a reuniões e a congressos cristãos. Daí surge o problema de achar alguém para cuidar do animal de estimação. Certamente, não seria apropriado faltar às atividades cristãs devido a um apego demasiadamente sentimental aos animais. — Hebreus 10:24, 25.

Atualmente, quando muitos casais passam o dia todo fora no serviço secular, gatos e cães solitários em apartamentos urbanos constituem um crescente problema. Por exemplo, certa senhora foi ao veterinário sacrificar seu gato por este estar agindo de modo estranho. Quando o veterinário descobriu que o gato vinha ficando fechado num apartamento muitas horas por dia, concluiu que esta era a causa provável do comportamento. Apesar de os gatos terem a tendência de levar uma vida sossegada, ainda necessitam ter contato com sua “família” humana. Outros animais têm sofrido quando trancados em veículos sem ventilação adequada.

Cães também trazem responsabilidade. Eles precisam de exercício. Não basta dar um passeio com o cão uma vez por dia e depois deixá-lo sozinho num porão escuro (onde já passou a noite), ou prendê-lo numa correia curta. Certa família na Inglaterra tinha um ativo cão pastor, mas nenhuma ovelha! O cão ficou neurótico e teve de ser dado a um fazendeiro.

Assim, qualquer um que realmente deseje ter um animal de estimação deverá considerar se está disposto a fazer os sacrifícios diários necessários para ter um animal de estimação saudável. Tem dependências para dispensar-lhe os cuidados e a atenção adequada? E lembre-se de que os animais comem, e que animais grandes comem muito! Isso pode pesar bastante no seu bolso — ainda outro fator a considerar. Os animais ficam doentes, e as despesas médicas poderão surpreendê-lo.

Outro fator é a higiene. A língua de muitos animais é também seu esfregão, que eles utilizam para todas as partes do corpo! Ao passo que os animais têm um organismo capaz de lidar com os germes que ingerem, o mesmo talvez não se dê com as crianças. Assim, não incentive seu filho a beijar um animal. Até mesmo permitir ao animal lamber o rosto e as mãos duma criança pode expô-la a problemas de saúde, incluindo possivelmente verminoses. Quando isso acontece, lavar-se imediatamente com sabonete e água pode evitar infecções. Os animais de estimação devem ter suas próprias vasilhas de comer, e não se lhes deve permitir lamber pratos usados por humanos. Os animais podem trazer para casa pulgas e outras coisas indesejáveis. Alguns donos de cães sabiamente não permitem que estes entrem na casa.

Deve o Joãozinho Ter um Animal de Estimação?

Um sentimento expresso por muitos é: ‘É bom que as crianças aprendam a lidar com animais.’ A chave é a palavra ‘aprender’— a criança precisa ter idade suficiente para aprender.

Crianças muito pequenas não se dão conta de que seu apertar e comprimir pode causar dor a um animal, e que isso pode resultar em dano permanente. Assim, a mãe dum garoto de três anos que desejava ter um porquinho-da-índia foi informada por um veterinário de que a criança era nova demais para ter um animal tão indefeso. O veterinário recomendou que a mãe aguardasse alguns anos antes de dar um animal de estimação ao filho.

Os pais talvez achem que poderão orientar com facilidade os filhos sobre como tratar corretamente dum animal de estimação. Isto, porém, exige mais tempo e paciência do que talvez tenham imaginado, e muitas vezes quem paga o preço da experiência é o animal de estimação!

Como os pais bem sabem, as crianças podem ser persistentes quando desejam algo. Portanto, em muitos casos os pais acabam cedendo: “Está bem, você pode ter um animal de estimação, mas você mesmo terá de cuidar dele.” Entretanto, as crianças tendem a esquecer-se disso, assim como se esquecem de limpar os pés no capacho antes de entrar em casa. Seria um empreendimento arriscado deixar o bem-estar duma criatura viva nas mãos duma criancinha sem a devida supervisão dum adulto.

O que pode acontecer foi ilustrado numa família quando se permitiu às crianças criar coelhos. Certo dia o avô delas passou pelos viveiros e notou que os coelhos não haviam sido alimentados e os viveiros não eram limpos há muito tempo. Uma das fêmeas havia gasto seus incisivos, tentando roer uma saída para fugir e buscar alimento.

Que lição devemos aprender disso? Se estiver cogitando incumbir seu filho da responsabilidade de cuidar dum animal de estimação, lembre-se de que independente de quão gracioso seja um gatinho ou um cachorrinho e de quão suplicantes sejam os olhos de seu filho é ainda o adulto que em última análise deve responsabilizar-se pelo animal de estimação. O entusiasmo duma criança pode desvanecer-se rapidamente.

Pode realmente cuidar de um animal de estimação?

Do correspondente de “Despertai!” na Dinamarca

PESQUISAS sobre a expectativa da vida humana após ataques cardíacos indicam que pessoas que possuíam um animal de estimação passavam melhor do que as que não tinham animais de estimação. Pelo visto, a companhia de animais que não ficam fazendo críticas exerce um efeito calmante. Os animais também parecem exercer uma influência favorável sobre os deficientes físicos e mentais, e sobre pessoas que padecem de distúrbios nervosos.

Antes de decidir ter um animal de estimação, há perguntas que necessitam consideração — para o seu bem, para o bem dos que o cercam, e para o bem do animal. Respostas objetivas o ajudarão a evitar cometer um erro custoso.

Permite seu estilo de vida cuidar devidamente dum animal? Fica ausente por períodos prolongados? Têm seus filhos idade bastante para entender o que significa ter um animal de estimação? Possui espaço adequado para o tipo de animal de estimação que pretende ter, ou será que ele terá de ficar preso a maior parte do tempo? Pense nessas perguntas antes de adquirir um animal de estimação.

No antigo Israel, Deus responsabilizava os donos de animais pela maneira como os tratavam. — Êxodo 23:4, 5; Deuteronômio 22:10; 25:4; Provérbios 12:10.

Vida e Morte dos Animais

O Criador deu vida tanto aos humanos como aos animais. Mas, por quanto tempo deviam continuar a viver?

Os cientistas relatam que os humanos parecem ter o potencial de vida interminável, de modo que os investigadores ficam perplexos quanto à razão por que morre o homem. A Bíblia fornece o motivo. Afirma que o Criador forneceu aos primeiros humanos, a oportunidade de viverem para sempre. A morte só veio porque se rebelaram. (Gên. 2:17; 3:17-19; Rom. 5:12) Que dizer, porém, dos animais? Não têm a capacidade de rebelar-se conscientemente contra Deus; todavia, vivem somente por certo tempo e então morrem. Assim, é claro que o Criador jamais propôs que os animais vivessem para sempre. Para eles, a morte era natural. — 2 Ped. 2:12.

Por conseguinte, mesmo que a pessoa possa ficar muito apegada a um bichinho de estimação, é evidente que o homem não deve nutrir os mesmos sentimentos sobre a vida ou morte deste que teria quanto a outro humano. Aparentemente, porém, alguns nutrem.

Hoje em dia há numerosos “cemitérios de animais”. Um jornal de Toronto, Canadá, descreveu um de tais cemitérios que tem uma capela funerária para os animais. Oferece enterros em caixões especiais, revestidos de seda. A que custo? De Cr$ 1.100,00 para uma ave até Cr$ 8.800,00 para um cavalo. O Post de Nova Iorque noticiou que certo ex-presidente dos Estados Unidos envia anualmente um cheque de Cr$ 220,00 para um cemitério de animais cuidar da sepultura de seu cachorro morto.

Mas, que proceder acha ser apropriado e equilibrado à luz da Palavra de Deus? Visto que o Criador jamais propôs que os animais vivessem sem morrer, que importância deve atribuir ou que despesas deve ter com a morte dum animal? Em harmonia com o conceito equilibrado da Bíblia, os israelitas não possuíam cemitérios para animais.

Mantenha um conceito equilibrado sobre a vida animal

“MOTORISTA Morre ao Tentar Ajudar um Cão Ferido”, noticiou o Daily News de Nova Iorque, de 29 de agosto de 1975. Um senhor de Long Island parou seu carro e saltou para ajudar um cão que estava ferido na estrada. Mas, acidentalmente, outro carro pegou este homem e o matou. O cão foi levado para um canil. Assim, o cão viveu e o homem morreu.

As ações dele ilustram o interesse compassivo que muitos demonstram pelos animais — talvez o leitor também demonstre. Ele arriscou sua vida por causa da alta consideração que tinha para com a vida animal. Foi esse o proceder certo?

“Não”, afirmariam alguns com ênfase. Por exemplo, numa reunião duma cidade inglesa, um membro da Comissão de Segurança das Estradas falou do perigo de os motoristas se desviarem para evitar cães, afirmando:

“Se as pessoas pudessem ser persuadidas a guiar em linha reta sobre o cão, se necessário podia-se evitar uma porção de danos aos humanos. . . . Tornamo-nos tão sentimentais quanto aos animais que um motorista instintivamente tentará desviar-se para evitar um deles — e provavelmente deixará de avaliar que há uma fila de ônibus na calçada . . . Cinco dos 42 acidentes ocorridos no distrito, em certo mês, foram devidos a cães. Isso faz com que meu sangue ferva.”

Mas, seu sangue não era o único que fervia. Muitos na assistência ficaram com raiva de ver o conceito dele sobre a vida animal.

Sim, são bem comuns os sentimentos fortes sobre a vida animal. Por exemplo, que dizer da caça? Alguns a condenam ardentemente como sendo brutal, insensível e desumana. Outros acham que é perfeitamente correto matar um animal para obter alimento ou sua pele. Que deve pensar uma pessoa? Qual é o conceito equilibrado que deve adotar?

Como pode avaliar, cada situação apresenta suas próprias facetas e circunstâncias, de modo que é inútil alguém dar uma resposta “geral”. Todavia, há uma base para se obter um conceito equilibrado sobre o assunto da vida animal. Qual é tal base?

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Reputação Imerecida

Parece que, na maior parte, as cobras têm uma reputação imerecida. O herpetólogo (estudioso dos répteis) Sam Telford se acha entre os que crêem nisto. Afirma: “Têm uma reputação que não merecem; só porque algumas são perigosas, todas foram difamadas.”

Realmente, as cobras servem para finalidades úteis, conforme indica Telford. São importantes no controle dos ratos, camundongos e outros roedores que se multiplicam em taxas rápidas e podem causar grandes danos às colheitas. Portanto, muitos agricultores consideram a cobra como sua amiga, como colaboradora em seus esforços agrícolas.

Mas as cobras servem ao homem de maneira bem diferente, também. Willie K. Friar, escrevendo no Panama Canal Review, de fevereiro de 1970, comenta: “A jibóia, que alguns se referem como um ‘bom naco de carne’, é parte regular do cardápio servido aos estudantes da Escola de Sobrevivência Tropical da Força Aérea na Zona do Canal.”

Embora algumas cobras sejam perigosas e certamente devem ser tratadas com respeito, a maioria é útil ao homem. São amigas, não inimigas.

Grau de Perigo

Visto que estas grandes cobras geralmente preferem presas menores, o perigo para os humanos é mínimo. Assim, o maior perigo para o homem vem das cobras venenosas. Mas, só uma pequena percentagem das quase 3.000 espécies conhecidas de cobras do mundo é venenosa. Calcula-se que apenas cerca de oito de cada cem representam perigo para o homem.

Certo escritor observou recentemente que ‘a probabilidade de ser mordido por uma cobra no Panamá é quase a mesma de ser atingido por um raio’. Também comenta, porém, que ‘é melhor não brincar com cobras, visto que são os manipuladores de cobras que mais sofrem picadas de cobra’.

As cobras mais perigosas no Panamá são as venenosas caiçaca, sucuri e cobra-coral e, em grau menor, a urutu e outras do gênero Bothrops. Também, a serpente marinha do Pacífico, cujo veneno é considerado cinqüenta vezes mais venenoso do que qualquer cobra terrestre, pode ser perigosa para os banhistas ao longo da costa do Pacífico.

Mas, caso tentasse fazer isso, poderia uma cobra terrestre perseguidora apanhar um homem? Provavelmente não. A maior velocidade que a maioria das cobras podem atingir é apenas uns treze quilômetros por hora, mais vagaroso do que uma pessoa pode correr, e poucas cobras podem correr nessa velocidade. Uma notável exceção é a veloz naja hannah. Todavia, ao se locomover, mantém a cabeça suspensa do chão, mas tem de baixá-la horizontalmente para dar voltas. Assim, um homem, por ziguezaguear, pode fugir dela num local aberto. Há relatos de pessoas que escaparam deste tipo de naja por simplesmente fazer tais manobras!

A verdade é que as cobras em geral são bastante ariscas, e sairão do caminho de um homem, dada a oportunidade. Esta preferência de serem cautelosas se dá até mesmo com as variedades venenosas, inclusive a naja, na maioria dos casos. As cobras não ficam à espreita para atacar humanos. Portanto, se a pessoa for cuidadosa quando estiver no jardim ou perto de árvores ou arbustos, as probabilidades de ser picada são muito pequenas. É também bom em alguns lugares estar alerta em volta da garagem ou da casa, porque as cobras venenosas invadem estas áreas também.

Estórias de Cobra

É bem óbvio que alguns tipos de cobras podem ser perigosos. A venenosíssima naja, por exemplo, segundo é relatado, é responsável por umas 10.000 mortes por ano só na Índia. Durante o acasalamento, a naja pode ser agressiva, e há estórias de terem perseguido humanos numa caçada de vida ou morte.

O pitão é outra cobra famosa, cuja própria menção já causa medo em certas pessoas. Pode ser tremenda em tamanho. Um pitão asiático chegou a medir dez metros de comprimento! O pitão mata por constringir ou espremer sua presa até sufocá-la. Mas, há poucos relatos autenticados de tais cobras atacaram e devorarem humanos. Em certo caso, porém, um rapazote de quatorze anos nas Índias Orientais foi pego e devorado por um pitão. Alguns dias depois, a grande cobra foi capturada e morta, recuperando-se o corpo do rapaz.

A maior cobra viva é a sucuri sul-americana, que também mata suas vítimas por esmagá-las. Tem havido estórias do Brasil, desde tempos remotos, sobre o grande tamanho e a grande força da sucuri. Há alguns anos, um fotógrafo no Brasil distribuiu um cartão postal de uma sucuri gigantesca, supostamente de 40 metros. E em 1948 uma reportagem jornalística falava de uma cobra de uns 48 metros de comprimento que foi morta por um destacamento do exército brasileiro. Têm as cobras realmente tal comprimento? As afirmações não foram comprovadas. Há relatos fidedignos, porém, de sucuris de onze metros, que são deveras grandes! A jibóia, que se encontra no Panamá, pode atingir um comprimento de quase cinco metros, estando logo abaixo da sucuri e do pitão em tamanho.

Cobras — amigas ou inimigas?



Do correspondente de “Despertai” no Panamá

AQUI no Panamá encontramos ampla variedade de cobras. Ela mais de 125 tipos diferentes, mas destes apenas vinte e um são venenosos. E as variedades não-venenosas são muito mais populosas do que as venenosas. Vários missionários das testemunhas de Jeová tiveram encontros interessantes com elas. Um deles, que vive numa cidade do interior do país, relata:

“Certo dia encontramos a muda de pele de uma jibóia em nossa casa. Ficamos bastante perturbados. Quando mais tarde encontramos a dona da pele, ficamos ainda mais perturbados. Pois compreendemos que evidentemente havia estado na casa já por algum tempo, alimentando-se de insetos que habitam nosso telhado, sem mesmo nos deixar saber que estava por perto.”

Outro missionário conta: “Notei por diversas noites sucessivas que havia algo nas molas de minha cama. Podia sentir e ouvir movimentos brandos durante a noite, mas não podia ver nada. Visto que dormia sob um mosquiteiro, sentia-me bem seguro contra camundongos ou até ratos, mas imagine meu horror quando decidi investigar e descobri uma venenosa cobra-coral vivendo entre as molas!”

Sim, uma reação comum ao se encontrar uma cobra é a de terror. Reage assim? Tem justificativa para isso? São as cobras realmente inimigos perigosos dos humanos? Ou servem para fins úteis?